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Soldados israelenses matam palestino na Cisjordânia

Palestino de 22 anos, Imad Jawabreh, morreu alvejado por vários disparos no tórax, segundo fontes médicas e de segurança palestinas

Soldados israelenses posicionados no setor antigo da Cidade de Jerusalém: exército matou jovem palestino de 22 anos nesta terça-feira (Gali Tibbon/AFP)

Soldados israelenses posicionados no setor antigo da Cidade de Jerusalém: exército matou jovem palestino de 22 anos nesta terça-feira (Gali Tibbon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 16h11.

Jerusalém - O exército israelense matou, nesta terça-feira, um jovem palestino durante confrontos perto de Hebron, sul da Cisjordânia ocupada, no último episódio de violência que desperta o temor de um retorno dos grandes levantes populares palestinos.

Em Israel, as medidas de segurança foram reforçadas após as mortes, no dia anterior, de um soldado e de uma mulher esfaqueados em Tel Aviv e Cisjordânia, respectivamente.

O palestino de 22 anos, Imad Jawabreh, morreu alvejado por vários disparos no tórax, segundo fontes médicas e de segurança palestinas.

Os soldados israelenses tentavam dispersar cerca de 150 palestinos que atiravam pedras e coquetéis molotov contra veículos que passavam por um importante estrada, segundo o exército israelense. Os incidentes aconteceram perto da colônia israelense de Kiryat Arba, de acordo com um correspondente da AFP.

O exército israelense enviou reforço à Cisjordânia diante do aumento das tensões, indicou uma porta-voz. Na segunda-feira, um palestino matou uma mulher e feriu outros dois colonos com uma faca em um ponto de ônibus perto de uma colônia.

No mesmo dia, outro palestino de 17 anos feriu gravemente um soldado israelense de 20 anos em Tel Aviv.

Polícia em alerta máximo

Recentemente, Jerusalém foi palco de dois atropelamentos deliberados que deixaram quatro vítimas fatais. Os dois agressores palestinos foram mortos por policiais. Além disso, uma personalidade da direita ultranacionalista também foi gravemente ferida em uma tentativa de assassinato.

Até sábado, a violência, provocada por múltiplos fatores - ocupação, colonização, prisões, desemprego, guerra em Gaza -, e catalizada por questões religiosas, se concentravam em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

Diante de seu avanço, "a polícia foi colocada em estado de alerta máximo. Foram mobilizados milhares de agentes, oficiais, voluntários e reforços em todo o país para garantir a segurança pública", disse à AFP Luba Samri, porta-voz da polícia.

Além do reforço de efetivos, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou a demolição das casas de autores de atos "terroristas", ato altamente simbólico que deve incendiar ainda mais a situação.

As autoridades pediram aos israelenses que permaneçam em alerta e informem sobre "qualquer veículo ou indivíduo suspeito".

"Aplicaremos tolerância zero aos autores de distúrbios", advertiu a porta-voz.

O sentimento de insegurança é considerável entre os israelenses.

"Se esta situação não parar, vamos nos encontrar no mesmo ponto em que estávamos nos dias sombrios da Segunda Intifada", o levante palestino que terminou com milhares de mortos entre os dois lados e que durou de 2000 à 2005, recordou o jornal Yedioth Ahronoth.

Esplanada das Mesquitas

Neste final de semana, a violência invadiu as cidades árabes de Israel, depois que um jovem que se opôs à prisão de um de seus parentes foi baleado pela polícia. Seu bairro, Kafr Kanna, viveu dois dias de distúrbios.

Um vídeo da morte de Kheir Hamdan, de 22 anos, põe em xeque a versão da polícia, segundo a qual ele representava perigo. As imagens mostram o rapaz sendo baleado, aparentemente sem aviso prévio, por vários tiros nas costas.

Por sua vez, Jerusalém está mergulhada em um ciclo diário de violência e, em vários bairros do lado oriental, jovens atiram regularmente pedras e rojões contra a polícia, que responde com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

A preocupação dos palestinos com a Esplanada das Mesquitas catalisou a raiva.

A violência aumentou neste setor desde que os extremistas judeus reforçaram sua campanha para exigir uma modificação do status quo ratificado em 1967, que permite a visita de israelenses à Esplanada das Mesquitas, sem direito a rezar neste local sagrado.

Apesar disso, vários militantes ultra-religiosos realizaram várias visitas ao terceiro local santo do Islã, desencadeando violentos choques com os palestinos, que os acusam de tentar expulsá-los de Jerusalém Oriental.

Enquanto os palestinos lembravam, nesta terça-feira, da morte de Yasser Arafat há dez anos, o presidente Mahmmud Abbas prometeu mais uma vez que os palestinos defenderão a Esplanada e a mesquita de Al-Aqsa de "colonos e extremistas" judeus.

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