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Socialistas e conservadores rejeitam formar coalizão de governo na Espanha

A um mês das eleições, legendas buscam possíveis pactos, mas cenário é de estagnação entre PSOE, PP, Ciudadanos e Unidas Podemos

Pedro Sánchez: primeiro-ministro espanhol tenta coalizão para se manter no governo (Sergio Perez/Reuters)

Pedro Sánchez: primeiro-ministro espanhol tenta coalizão para se manter no governo (Sergio Perez/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 19h44.

Madri — Os dois grandes partidos da Espanha, o socialista PSOE e o conservador PP, descartaram nesta segunda-feira (7) uma grande coalizão para possibilitar um governo estável após as eleições parlamentares de 10 de novembro e acabar com o bloqueio político que levou ao quarto pleito no país em quatro anos.

A um mês da nova eleição, as legendas começam a se posicionar sobre possíveis pactos, mas o cenário é de estagnação entre o PSOE (que está no poder com o presidente interino do governo, Pedro Sánchez), o PP, o liberal Ciudadanos e a frente de esquerda Unidas Podemos (UP) em um Parlamento de composição muito fragmentada.

"Uma grande coalizão na Espanha é uma possibilidade absurda e nunca vai acontecer", declarou nesta segunda-feira à estatal "Televisão Espanhola" a vice-secretária-geral do PSOE, Adriana Lastra, que só vê a chance de ocorrer "acordos pontuais" entre PSOE e PP, porque são "dois grandes partidos de Estado".

O PP, por sua vez, se apresentou hoje como "única alternativa" ao PSOE para desbloquear a situação política. O secretário-geral, Teodoro García Egea, afirmou que a legenda não facilitará para que Sánchez continue na chefia do governo. Os conservadores só planejariam chegar a um acordo com os socialistas para governar se o PP ganhar as eleições e não tiver maioria no Parlamento.

Até agora, PSOE e PP se alternaram no governo na Espanha após a ditadura de Francisco Franco, algumas vezes com maioria absoluta e em outras com apoios parlamentares de partidos minoritários, como os nacionalistas.

Mas, diante do bloqueio no panorama espanhol, os ex-presidentes do governo Felipe González (PSOE) e Mariano Rajoy (PP) defenderam na última sexta-feira, em um diálogo público, que seus respectivos partidos consigam pactos que permitam pôr um fim à novela política.

Outras possibilidades

Até agora, o que mais chama atenção entre as especulações sobre a nova composição parlamentar é a mudança de atitude do Ciudadanos, que suspendeu o veto que tinha ao socialista Sánchez desde as últimas eleições, realizadas em 28 de abril.

Sánchez, que governa interinamente desde então, ganhou aquele pleito sem conseguir a maioria para governar sem depender de alianças (123 dos 350 deputados do Congresso). Porém, não convenceu outro dos grandes partidos, o que levou à convocação de novas eleições para novembro.

Desta vez, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, abriu a porta para uma negociação com Sánchez, com condições, se o PSOE ganhar o pleito de novembro, como apontam todas as pesquisas de intenção de voto. No entanto, o político ressaltou que sua prioridade é governar em parceria com o PP, se houver a possibilidade.

Na esquerda, a coalizão Unidas Podemos não cede na ideia de um governo de coalizão com os socialistas, algo que o PSOE rejeita, e um novo partido, Mais País, pode dividir ainda mais os votos deste espectro político.

As pesquisas divulgadas hoje pelos jornais "El Mundo" e "ABC" indicam uma nova vitória do PSOE com um resultado similar ao atual e um grande crescimento do PP, que passaria dos atuais 66 para no mínimo 90 deputados.

O pior resultado seria do Ciudadanos, que perderia cerca de 30 das atuais 57 cadeiras, e a UP ficaria com 10 a menos que as 42 com as quais conta agora.

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