Pessoas caminham sobre os escombros de prédios desabados em meio a operações de resgate em Hatay, Turquia (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de fevereiro de 2023 às 10h45.
Treze dias após o terremoto que matou mais de 40.000 pessoas na Turquia e na Síria, equipes de resgate turcas encontraram três pessoas vivas nos escombros neste sábado (18), embora uma delas, um menino de 12 anos, tenha morrido pouco depois.
Mais de 43.000 pessoas morreram depois que o terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria, o desastre natural mais mortal da região em séculos.
As equipes têm encontrado sobreviventes durante toda a semana, apesar de estarem presos sob os escombros por tanto tempo em um clima gelado. Mas o número de pessoas resgatadas com vida diminuiu para apenas um punhado nos últimos dias.
O ex-jogador de futebol internacional de Gana, Christian Atsu, estava entre os mortos depois que seu empresário confirmou neste sábado que seu corpo havia sido encontrado sob um prédio desabado em Antakya.
A agência de notícias estatal Anadolu compartilhou imagens de equipes de resgate colocando um homem e uma mulher em macas depois que eles e uma criança passaram 296 horas sob os escombros na mesma cidade.
A agência informou posteriormente que o menino morreu, apesar dos esforços para salvá-lo.
O ministro da Saúde da Turquia, Fahrettin Koca, compartilhou um vídeo da mulher de 40 anos em um hospital de campanha recebendo tratamento. "Ela está consciente", tuitou.
Nas últimas horas, um homem de 45 anos também foi resgatado com vida debaixo dos escombros, assim como três pessoas, entre elas uma criança.
Os resgates são recebidos com aplausos e alívio, mas, nos últimos dias, a reação tem sido mais sombria.
O vice-presidente turco, Fuat Oktay, disse na sexta-feira que os esforços de resgate continuam em menos de 200 locais, enquanto as equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar mais pessoas vivas.
O terremoto, que ocorreu em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, atingiu áreas povoadas, onde muitos dormiam, em casas que não haviam sido construídas para resistir a vibrações tão fortes do solo.
Autoridades e médicos disseram que 39.672 pessoas morreram na Turquia e 3.688 na Síria desde o terremoto de 6 de fevereiro, elevando o total confirmado para 43.360 vítimas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi criticado pela resposta lenta ao desastre e por permitir a construção de prédios de má qualidade.
As autoridades prometeram, após um terremoto de 1999 que matou mais de 17.000 pessoas no noroeste da Turquia, que os regulamentos de construção seriam mais rígidos.
O prédio onde o jogador de futebol Atsu morreu, um prédio de luxo de 12 andares, foi construído em 2013, quando a Turquia tinha regulamentos de construção mais rígidos.
Mas, para surpresa e indignação de muitos, o prédio se desfez. A polícia turca prendeu o empreiteiro depois que ele tentou fugir do país, informou a Anadolu na semana passada.
As autoridades detiveram dezenas de empreiteiros enquanto o governo promete medidas mais enérgicas contra os regulamentos de construção negligentes.
Mais de 84.000 edifícios desabaram, precisam ser demolidos com urgência ou foram seriamente danificados pelo terremoto, disse o ministro do Meio Ambiente da Turquia, Murat Kurum, na sexta-feira.
Uma das áreas mais atingidas foi Antakya, uma antiga encruzilhada de civilizações.