Peru: as chuvas também destruíram pontes e terras de cultivo, levando os camponeses a pedirem ajuda ao governo (Mariana Bazo/Reuters)
AFP
Publicado em 23 de março de 2017 às 16h59.
As chuvas, inundações e avalanches no Peru deixaram 84 mortos desde janeiro, após o registro, nas últimas horas, de cinco novas vítimas, informou na quinta-feira o governo, que trabalha para liberar estradas bloqueadas.
De acordo com o último boletim oficial do Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), além dos falecidos, há 20 desaparecidos e 209 feridos.
O governo contabiliza 111.098 afetados que perderam tudo, 666.534 pessoas que sofreram danos parciais ou menores, e mais de 149.000 casas danificadas.
A estrada Central, que conecta Lima com as regiões centro-andinas, ficou dividida pela cheia do rio Rímac nesta madrugada, deixando centenas de caminhões e ônibus bloqueados.
O governo habilitou uma via alternativa para a circulação dos veículos, retirando os trilhos de uma ferrovia para transformá-la em estrada provisória.
Na quarta-feira, as fortes chuvas que caíram na região de Piura, no extremo norte do país, inundaram centenas de casas.
As chuvas, que se prolongaram por várias horas, ativaram 21 riachos em Tumbes e Trujillo, também no norte.
Um sétimo huaico - como são conhecidas no Peru as avalanches de pedra e terra que vêm dos Andes para a costa, após as fortes chuvas - caiu na tarde de quarta-feira na cidade de Trujillo, deixando 426.000 pessoas sem água potável pelo rompimento do canal Chavimochic.
As chuvas também destruíram pontes e terras de cultivo, levando os camponeses a pedirem ajuda ao governo.
As inundações no país são causadas pelo fenômeno "El Niño Costeiro", que eleva as temperaturas do mar da costa peruana, gerando alta evaporação e fortes chuvas.