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Situação piora na Líbia e mortos nos confrontos podem chegar a 200

A organização pró-direitos humanos divulgou 173 mortos em todo o país desde o início dos protestos, na terça-feira passada.

Uma líbia protesta contra Kadhafi diante da Casa Branca, em Washington DC (AFP/Saul Loeb)
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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h20.

Trípoli - A situação na Líbia se agravou significativamente nas últimas 48 horas, durante os protestos contra o regime de Muammar Kadafi, nos quais morreram ao menos 173 pessoas, segundo organização Human Rights Watch (HRW), enquanto algumas testemunhas estimam que o número de vítimas supere os 200, muitas delas por armas de fogo.

A organização pró-direitos humanos divulgou 173 mortos em todo o país desde o início dos protestos, na terça-feira passada.

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Segundo a HRW, 55 vítimas teriam perdido a vida nos protestos em Benghazi, a segunda maior cidade do país, localizada a 1,2 mil quilômetros ao leste de Trípoli.

Diante da censura absoluta imposta pelo regime líbio, não há nenhum registro oficial sobre o número de mortos e feridos nos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes que pedem o fim do regime de Kadafi.

No entanto, algumas testemunhas, entre elas, o jornalista Sami Mahmoud e o advogado Mohammed Abdallah, disseram neste domingo à televisão catariana "Al-Jazeera" que o número de mortos na cidade supera os 200 e o de feridos podem chegar a 900.

O jornalista disse que só nesta manhã ao menos 100 corpos foram resgatados do Hospital Jala para serem enterrados. Um dos médicos, que pediu para manter o anonimato, disse à rede de televisão que várias vítimas apresentavam marcas de bala na cabeça e no abdômen.

O advogado afirmou que membros dos serviços de segurança líbios receberam ajuda de "mercenários africanos pagos pelo clã Kadafi para reprimir os manifestantes" e cometeram "um verdadeiro massacre" em Benghazi.

Apesar do "clima de terror", entre 20 e 30 mil pessoas saíram às ruas da cidade nesta tarde para reivindicar a reforma política, segundo as fontes.

Outras testemunhas assinalaram que "capacetes amarelos", como são chamados os mercenários de diferentes nacionalidades africanas, perpetraram "um genocídio" na cidade de Derna, também ao leste do país, onde foram vistos corpos carbonizados na estrada que vai para o aeroporto.

Derna, indicam uma testemunha, está totalmente "ocupada" por tropas armadas e seus habitantes não têm alimentos, nem produtos básicos.

Já a cidade de Zawia está "sob o controle dos manifestantes", como garantiu um ativista de direitos humanos identificado como Rabi Chrait, quem revelou que uma casa de Kadafi nessa localidade foi incendiada e que os oficiais militares e a Polícia se uniram ao movimento de protesto.

Em Trípoli, dezenas de juízes, advogados e professores universitários se concentraram neste domingo em frente ao Tribunal de Justiça para pedir o fim do massacre.

Enquanto isso, a televisão estatal líbia continua divulgando imagens de Kadafi participando de manifestações com seus partidários no centro da capital.

A agência estatal de notícias líbia "Jana" publicou comunicado do Governo informando a detenção de vários estrangeiros pelas forças de ordem, de nacionalidades tunisiana, egípcia, sudanesa, turca e síria, assim como palestinos.

Os estrangeiros foram "especialmente treinados e dotados de planos precisos para semear distúrbios no território líbio", informou o aviso oficial. O comunicado continuou alertando tratar-se de uma "rede treinada para destruir a estabilidade do país, a segurança de seus cidadãos e a união nacional". "Estas pessoas receberam a missão de incitar atos de perturbação da ordem e sabotagens, como incendiar hospitais, bancos, tribunais, prisões, delegacias da Polícia e militar, assim como outros prédios públicos e de propriedade privada", indicou a emissora.

"Jana" assinalou que as autoridades não descartam a hipótese de que os serviços secretos israelenses "Mossad" estejam por trás dessa suposta rede.

Além disso, a Líbia ameaçou à União Europeia de deixar de cooperar em matéria de imigração se seus representantes não pararem de fazer comentários sobre as manifestações no país, disse neste domingo a Presidência húngara da UE. EFE

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