Coreia do Norte: agentes da ONU são proibidos de entrar no país (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 14h20.
Seul - Apesar de mais de um ano de compromissos internacionais e de promessas de reformas econômicas por parte de líderes norte-coreanos, a situação de direitos humanos no país permanece grave, afirmou uma importante autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
Proibido pelo governo de entrar na Coreia do Norte, o relator especial da ONU para direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Quintana, visitou a Coreia do Sul nesta semana como parte de uma investigação que será apresentada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em março.
Segundo Quintana, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, iniciou esforços para melhorar as condições de vida focando no desenvolvimento econômico do país. Suas descobertas iniciais, disse, demonstram que esses esforços não resultaram em melhoras na vida da maior parte das pessoas.
"O fato é, com todos os avanços positivos que o mundo testemunhou no último ano, é ainda mais lamentável que a realidade para direitos humanos no terreno permaneça inalterada e continue sendo extremamente séria", disse a repórteres em Seul.
"Em todas as áreas relacionadas ao usufruto de direitos econômicos e sociais, incluindo saúde, moradia, educação, previdência, emprego, comida, água e saneamento , a maior parte da população do país está sendo deixada para trás".
A Coreia do Norte nega as acusações de violações de direitos humanos e diz que a questão é usada pela comunidade internacional para isolá-la.
A discussão sobre direitos humanos esteve notavelmente ausente das conversas realizadas entre Kim e os líderes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos no ano passado, que abordaram o programa de armas nucleares norte-coreano.
Entretanto, em dezembro, os Estados Unidos impuseram sanções contra três autoridades norte-coreanas, incluindo um importante assessor de Kim, por graves violações de direitos humanos e censura.