Homem mostra fotos de pessoas mortas supostamente no massacre de Hama de 1982 (Joseph Eid/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 12h23.
Damasco - Os ativistas sírios esperam que milhares de pessoas se manifestem nesta sexta-feira para celebrar o 30º aniversário do massacre de Hama, apesar da violenta repressão realizada pelo regime de Bashar al-Assad, que a ONU tenta deter mediante um projeto de resolução que pode ser votado na segunda-feira.
Sob o slogan "Hama, nos perdoe", os ativistas pediram que os sírios saiam em massa às ruas para honrar a memória das milhares de pessoas mortas durante a repressão de uma rebelião da Irmandade Muçulmana nesta cidade do centro da Síria. Naquele momento, o presidente era precisamente Hafez al-Assad, pai do atual presidente.
A página do Facebook "The Syrian Revolution 2011", uma das principais incentivadoras da revolta contra o presidente Bashar al-Assad desde 15 de março de 2011, convidou os manifestantes a se vestir de preto.
A mobilização não diminui, apesar do prosseguimento da repressão pelo regime, que, segundo os opositores, deixou ao menos 6 mil mortos em mais de dez meses, e que a comunidade internacional não consegue deter.
O principal obstáculo é a posição da Rússia, velha aliada do regime sírio. Moscou bloqueia há meses uma resolução da ONU e insiste que o Conselho de Segurança não condicione a solução para a crise pedindo de antemão a saída do poder do presidente Assad.