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Síria termina ano com o menor número de mortes e derrota do EI

2019 tornou-se o ano menos mortal na Síria desde o início da guerra, há oito anos, com 11.215 mortes no total, mais de 40% a menos que no ano anterior

Síria: As mortes de civis caíram 46%, com 3.473 pessoas que perderam a vida em 2019, das quais 1.021 eram menores (AFP/AFP)
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EFE

Publicado em 31 de dezembro de 2019 às 16h59.

Última atualização em 31 de dezembro de 2019 às 16h59.

Cairo — O conflito na Síria termina o ano de 2019 com menos frentes abertas e mais território nas mãos das forças do presidente do país, Bashar al-Assad, que controlam mais de 70% do país e com o menor número de vítimas desde o início da guerra, em 2011.

Segundo a contagem publicada nesta terça-feira pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, 2019 tornou-se o ano menos mortal na Síria desde o início da guerra, há oito anos, com 11.215 mortes no total, mais de 40% a menos que no ano anterior, quando 19.799 pessoas morreram.

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As mortes de civis caíram 46%, com 3.473 pessoas que perderam a vida em 2019, das quais 1.021 eram menores, de acordo com a ONG sediada no Reino Unido, mas com uma ampla rede de colaboradores em campo.

Ano marcado pela vitória sobre o EI

Uma das razões pelas quais o número de vítimas foi reduzido é o fim da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que foi derrotado na Síria no mês de março pelas Forças da Síria Democrática (FSD), aliança armada integrada principalmente pelos curdos.

Este ano, morreram 1.005 combatentes dessa aliança, além de 2.096 membros das facções rebeldes da oposição e islâmica, cujos domínios e capacidades foram bastante reduzidos diante dos avanços das forças do governo.

Do lado do governo sírio, 1.523 soldados das tropas regulares e outros 1.241 combatentes leais a Damasco morreram.

Segundo a ONG, a situação no terreno mudou devido à intervenção militar turca realizada no mês de outubro, que teve um impacto nas áreas controladas pelas FSD, que perderam parte de seus domínios e agora detêm 15,7% da área total do país.

A intervenção turca também permitiu o retorno de tropas do Exército sírio para algumas áreas do nordeste do país, graças a um acordo com as FSD para o destacamento em áreas curdas e repelir em conjunto o avanço de Ancara e das facções sírias da oposição que apoiam o Exército turco.

O governo sírio chega ao final de 2019 controlando 72% do território, 11,8% a mais que no ano anterior, depois de recuperar áreas nas mãos das facções armadas da oposição que nos últimos anos vêm perdendo cada vez mais terreno e agora eles estão encurralados na região de Idlib (noroeste).

Atualmente, essas facções, tanto as mais moderadas quanto as islâmicas, controlam apenas 10,5% da Síria, enquanto o EI ainda detém 1,8% do território depois de perder seu "califado" em março.

Olhando para 2020, Al Assad se prepara para recuperar o controle absoluto de todo o país e a área mais importante é Idlib, onde as forças do governo retomaram a atividade militar no mês passado e avançaram para o último território controlado por grupos insurgentes, com uma forte presença da antiga afiliada síria da Al Qaeda.

O comando do Exército Sírio diminuiu o ritmo das operações militares em Idlib durante as festas de Natal e Ano Novo, disse uma fonte militar à Agência Efe.

A fonte, que pediu anonimato, disse que as operações serão retomadas dentro de 48 horas e que as tropas estão recebendo reforços, como armas médias e pesadas, além de soldados de infantaria para retomar a ofensiva.

O Exército Sírio avança nos últimos dias e se aproxima da cidade de Maarat al Numan, depois que em agosto conquistou a de Jan Shijún, no sul da região, e conhecido feudo rebelde que foi palco de um suposto ataque químico em 2017.

A única questão para o governo de Damasco é o que acontecerá com os territórios ocupados pela Turquia, que deseja estabelecer uma faixa de segurança no norte da Síria, próximo à sua fronteira, e não parece disposto a se retirar do solo sírio no novo ano.

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