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Síria saúda aproximação EUA-Rússia e aceita investigação

Governo sírio anunciou que está disposto a receber imediatamente a comissão de investigação da ONU sobre armas químicas, disse vice-ministro sírio


	"A Síria se alegra com a aproximação entre Rússia e Estados Unidos", indicou o Ministério das Relações Exteriores sírio depois que os dois países chegaram a um acordo 
 (AFP)

"A Síria se alegra com a aproximação entre Rússia e Estados Unidos", indicou o Ministério das Relações Exteriores sírio depois que os dois países chegaram a um acordo  (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2013 às 19h16.

Damasco saudou nesta quinta-feira o acordo entre Estados Unidos e Rússia para incitar o regime sírio e os rebeldes a encontrarem uma solução política para o conflito e disse estar disposto a receber investigadores de armas químicas da ONU.

"A Síria se alegra com a aproximação entre Rússia e Estados Unidos", indicou o Ministério das Relações Exteriores sírio depois que os dois países chegaram a um acordo terça-feira na capital russa. Moscou e Washington também propuseram organizar o mais rápido possível uma conferência internacional sobre a Síria.

O Ministério das Relações Exteriores do país disse que "confia que a posição russa, baseada na Carta da ONU e no Direito Internacional, não mudará".

"Apenas o povo sírio decidirá seu futuro e (qual será) o sistema constitucional de seu país, sem nenhuma interferência estrangeira, principalmente porque o governo sírio avançou em direção à aplicação do programa político proposto pelo presidente" Assad, acrescentou o ministério.

O governo sírio também anunciou que está disposto a receber imediatamente a comissão de investigação da ONU sobre armas químicas, informou o vice-ministro sírio das Relações Exteriores em uma entrevista exclusiva à AFP.

"Estávamos dispostos e continuamos dispostos agora, neste mesmo momento, a receber a delegação tal como foi estabelecida por (secretário-geral da ONU) Ban Ki-moon para investigar o ocorrido em Khan al-Assal", declarou Faisal Moqdad.

Enquanto isso, o secretário americano de Estado, John Kerry, voltou a ressaltar nesta quinta-feira em Roma que Assad não poderá fazer parte de um futuro governo de transição, razão pela qual deve abandonar seu cargo.


Já a Coalizão Nacional Síria, da oposição, já havia declarado na quarta-feira que qualquer solução política para o conflito deveria começar com a renúncia de Assad.

Com relação aos dois ataques lançados por Israel na última semana, a Síria alertou que "responderá imediatamente" a qualquer nova ofensiva.

"Nossas represálias serão fortes e dolorosas", assegurou Muqdad.

Fontes israelenses disseram que os ataques tiveram como alvo as armas destinadas ao grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado de Damasco.

Muqdad desmentiu isso. "Eles não atingiram o seu alvo e mentem quando dizem que este alvo era o Hezbollah", disse, acrescentando que "de maneira nenhuma a Síria deixará que isso ocorra outra vez".

Pouco depois, o líder do partido libanês, Hassan Nasrallah, advertiu que a Síria fornecerá novos tipos de armas ao grupo após aos bombardeios israelenses nos arredores de Damasco.

"Vocês, israelenses, disseram que seu objetivo era destruir as capacidades da resistência que aumentam (frente ao Estado hebreu), mas a Síria nos fornecerá novos tipos de armas", declarou Nasrallah à rede de televisão Al-Manar.


"A resposta síria é altamente estratégica, porque envolve igualmente a abertura da frente nas Colinas de Golã (região ocupada por Israel) aos combatentes da resistência", declarou o líder do grupo radical, pedindo "apoio moral, financeiro e logístico dos libaneses à Síria para libertar as Colinas de Golã".

Em Roma, Kerry também advertiu que o envio de sofisticados mísseis antiaéreos russos à Síria seria potencialmente desestabilizador para a região. O Wall Street Journal indicou que Moscou está muito perto de vender a Damasco uma série de baterias antiaéreas e mísseis. Autoridades israelenses estimam que a entrega será realizada em 90 dias, sustenta a publicação.

Além disso, Kerry confirmou oficialmente o desbloqueio de 100 milhões de dólares adicionais de ajuda humanitária para os refugiados, dos quais a metade servirá para ajudar a Jordânia a enfrentar o fluxo de sírios que fogem do conflito.

A cada dia, cerca de 2.000 pessoas cruzam a fronteira entre Síria e Jordânia fugindo dos combates. A Jordânia acolhe cerca de 525 mil refugiados, disse o ministro jordaniano das Relações Exteriores.

Neste contexto, a Turquia confirmou que havia feito testes sanguíneos em refugiados sírios feridos nos combates de seu país para determinar se tinham sido vítimas de armas químicas e que os resultados serão publicados assim que estiverem disponíveis.

Na Síria, o Exército reconquistou uma localidade na zona de Qousseir e forças leais ao regime de Assad, apoiadas pelo Hezbollah, seguiam lutando contra combatentes rebeldes em populações próximas, indicaram diversas fontes.

Qousseir, localizada na estrada que une Homs (centro) ao litoral sírio, perto da fronteira libanesa, é considerada uma região estratégica.

A frente islamita radical Al-Nosra, na linha de frente no combate contra o regime sírio, desmentiu nesta quinta-feira que seu chefe em Damasco, Abu Mohamed Al-Youlani, esteja ferido, como havia anunciado o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), órgão opositor com sede na Grã-Bretanha.

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