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Síria pede ação internacional ante uso de armas químicas

"Os apelos feitos por países europeus e pela Liga Árabe para armar os grupos terroristas encorajaram estes grupos a seguir adiante", escreveu o ministério das Relações Exteriores sírio


	Tropas sírias se posicionam: segundo a ONU, mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos de um conflito no qual nenhuma das partes consegue alcançar uma vitória decisiva.
 (AFP)

Tropas sírias se posicionam: segundo a ONU, mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos de um conflito no qual nenhuma das partes consegue alcançar uma vitória decisiva. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 17h05.

Beirute - O regime e a oposição sírios pediram nesta quarta-feira à comunidade internacional que atue para proibir a utilização de armas químicas na Síria, uma ação pela qual os dois grupos se acusam mutuamente.

"Os apelos feitos por países europeus e pela Liga Árabe para armar os grupos terroristas encorajaram estes grupos a seguir adiante e cometer seu crime atroz na terça-feira", escreveu o ministério das Relações Exteriores sírio em uma mensagem dirigida à ONU "sobre a utilização de armas químicas pelos rebeldes".

O ministério "reitera os compromissos da Síria de não utilizar armas químicas, se existirem, contra seu povo" e afirma que "continuará perseguindo os terroristas e os que os apoiam por compromisso com a segurança de seu povo".

Nesta carta, a Síria "pediu à comunidade internacional que atue com seriedade e firmeza para proibir estes grupos terroristas de continuar com seus perigosos crimes contra o povo sírio".

Por sua vez, o Conselho Nacional Sírio (CNS), o grupo mais importante anti-Assad, acusa o regime de "prosseguir com seus crimes contra o povo sírio" e pede "uma investigação internacional completa e o envio de uma equipe ao local".

"O governo interino (que deve ser colocado em andamento pelos rebeldes) está pronto para receber uma delegação deste tipo e conduzi-la aos locais afetados para determinar quem são os responsáveis por estes crimes e levá-los à justiça", afirmou em um comunicado.

A oposição acusa o regime de ter recorrido às armas químicas em Khan al-Assal, em Aleppo (norte), e em Atayba, no leste de Damasco. "Embora as armas químicas estejam proibidas internacionalmente, cada vez há mais provas de que o regime as utiliza".

Já a Coalizão Nacional síria, a plataforma formada pelos principais grupos opositores ao regime de Damasco, sofreu um revés nesta quarta-feira com a suspensão da participação de 12 personalidades importantes no grupo.


Entre estas pessoas, figuram o porta-voz da coalizão, Walid al-Bunni, e sua vice-presidente, Soheir Atasi.

Esta suspensão ocorre após divergências pela eleição de Ghassan Hitto como primeiro-ministro interino para os territórios nas mãos dos rebeldes, na madrugada de terça-feira durante uma reunião em Istambul.

Membros influentes da Coalizão, como Kamal Labwani, Marwan Hajj Rifai, Yehia al-Kurdi e Ahmad al-Assi Jarba, também declararam terem congelado sua participação. Algumas fontes indicaram que são esperados mais anúncios.

Os críticos afirmaram que seu ato era motivado por várias razões, mas alguns mostraram sua desaprovação pela eleição de Hitto como primeiro-ministro e pelo procedimento seguido para designá-lo.

"A Coalizão é um organismo que não foi eleito e, por isso, não tem o direito de eleger um primeiro-ministro com base em um voto majoritário. Deveria ter sido realizado por consenso", declarou Labwani à AFP.

Também nesta quarta-feira, as forças sírias bombardearam o sul de Damasco, incluindo o campo de refugiados palestinos de Yarmouk, e a aviação realizou bombardeios sobre o norte e o centro do país, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).


"As forças do regime bombardearam as localidades de Hajar al-Aswad e Daraya,

nos subúrbios do sudoeste de Damasco", afirmou esta ONG, que informou que Yarmouk e Qadam (sul) "foram palco de violentos combates entre rebeldes e forças governamentais durante a noite".

Por outro lado, as tropas bombardearam Beit Khan, nas Colinas de Golã, no sul da Síria, segundo o OSDH, que se apoia em uma ampla rede de militantes e médicos no local.

Além disso, a aviação do regime bombardeou a província de Hama (centro) e Raqa (norte), cuja capital de província homônima caiu nas mãos dos rebeldes. Também ocorreram confrontos em Homs (centro).

Segundo a ONU, mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos de um conflito no qual nenhuma das partes consegue alcançar uma vitória decisiva.

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