Ministros de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov (d), e sírio, Walid Muallen: "declaro que a República Árabe da Síria cumprimenta a iniciativa russa", disse Muallen (Sergei Karpukhin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 13h38.
Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, elogiou nesta segunda-feira a proposta da Rússia de que Damasco coopere com a comunidade internacional no controle de armas químicas e em sua total destruição.
"Em relação a isso, declaro que a República Árabe da Síria elogia a iniciativa russa, partindo da preocupação dos dirigentes sírios pela vida de seus cidadãos e a segurança em nosso país", disse Muallem, segundo agências de notícias russas.
O chefe da diplomacia do país árabe, que se reuniu hoje em Moscou com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se mostrou também "convencido da sabedoria dos dirigentes russos que tentam evitar uma agressão americana".
Pouco antes, Lavrov tinha exigido a Damasco em entrevista coletiva para que procedesse com a "destruição total destas armas" e antecipou que já tinha transmitido tal proposta ao ministro sírio.
"Se o estabelecimento do controle sobre as armas químicas na Síria ajuda a evitar o ataque, a Rússia se somará imediatamente a este processo", declarou.
Lavrov apoiou assim a oferta que foi feita hoje ao regime de Bashar al-Assad pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que afirmou em Londres que seu país não atacará a Síria se Damasco entregar antes da próxima semana todas as suas armas químicas.
"Não sabemos se o aceitarão na Síria, mas (se a oferta de Kerry é certa), nos colocamos imediatamente à disposição para trabalhar com Damasco. Esperamos uma rápida e espero que positiva resposta", disse o ministro russo.
A Rússia pediu à Síria "não só a pôr sob controle internacional os lugares onde estão guardadas as armas químicas, mas também a proceder com sua posterior destruição, e além disso a se somar plenamente à Organização para a Proibição das Armas Químicas", segundo Lavrov.
A Rússia também anunciou hoje que já destruiu 76% de seu arsenal de armas químicas conforme a Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas, em vigor desde 1997.
Segundo esse documento, os 195 países que a assinaram - Rússia e EUA possuem a maioria dessas armas - estão obrigados a desmantelar todo o seu armamento químico.
O último país a utilizar armas químicas foi o Iraque, sob comando de Saddam Hussein, primeiro na guerra contra o Irã e depois, em 1988, contra a cidade curda de Halabja.
*Matéria atualizada às 13h38