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Síria, e Irã serão principais temas na Assembleia da ONU

O programa nuclear iraniano e o conflito no Oriente Médio se apresentam como outras duas questões-chave das discussões

Assembleia Geral da ONU: outro tema que poderia ressurgir na ONU são as recentes tensões entre China e Japão pela soberania das ilhas Senkaku/Diaoyu (Roberto Stuckert Filho/PR)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 18h31.

Nações Unidas - Os principais líderes mundiais começam a chegar nesta segunda-feira a Nova York para uma nova sessão de debates da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual os conflitos na Síria e no Mali devem dominar boa parte das discussões na semana em que a cidade se transforma na capital diplomática do mundo.

O programa nuclear iraniano e o conflito no Oriente Médio se apresentam como outras duas questões-chave das discussões. Mais de 120 chefes de Estado e de governo, assim como mais de 200 ministros, se reunirão em Nova York.

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O conflito sírio estará "no topo" das prioridades das reuniões, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apesar de várias fontes diplomáticas reconhecerem que a ONU não pode fazer nada diante do bloqueio do Conselho de Segurança, em que Rússia e China continuam vetando novas resoluções.

A agenda preparada pela ONU não inclui nenhuma reunião específica sobre a Síria, mas espera-se que a cúpula concentrada no Oriente Médio sirva para que seus membros exponham suas distintas visões na sessão da próxima quarta-feira no Conselho de Segurança.

Além disso, na próxima sexta-feira haverá uma reunião de chanceleres do chamado Grupo de Amigos da Síria.

O mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou hoje no Conselho de Segurança que o conflito sírio vai "de mal a pior" e disse que não espera um diálogo entre o governo do presidente Bashar al Assad e a oposição.

A difícil situação do Sahel, em especial o conflito no norte do Mali, é outra questão-chave, diante do temor internacional de que grupos terroristas islâmicos vinculados à Al Qaeda possam criar um embrião de Estado, aproveitando a lacuna de poder.

Nesse sentido, na quarta-feira acontecerá uma cúpula de líderes dos países interessados no Sahel, na qual será tratada a ideia de dar apoio militar à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para uma possível intervenção com o apoio do governo do Mali.


Depois que em 2011 o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, monopolizou o protagonismo ao apresentar uma solicitação para que Palestina se tornasse membro efetivo da ONU, espera-se que na próxima quinta-feira o mesmo se limite ao pedido de Estado observador não membro.

No entanto, várias fontes diplomáticas apostam que Abbas não pediria um voto até depois das eleições presidenciais dos EUA, em 6 de novembro, para garantir que não ocorra um veto de Washington e que o assunto não interfira na campanha presidencial.

O programa nuclear iraniano promete ser outro prato cheio dos debates, já que o presidente Mahmoud Ahmadinejad fará seu último discurso na próxima quarta-feira, já que deixará o cargo no ano que vem.

Ahmadinejad criticou hoje, já na ONU, os membros ocidentais do Conselho de Segurança por seu "silêncio" sobre as armas nucleares de Israel "enquanto, ao mesmo tempo, impedem o progresso científico de outras nações", em referência ao Irã, que insiste que o seu programa atômico tem finalidades pacíficas.

Outro tema que poderia ressurgir na ONU são as recentes tensões entre China e Japão pela soberania das ilhas Senkaku/Diaoyu.

Todos esses temas serão debatidos pelos líderes que já começam a chegar a Nova York, onde já estão o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Como é habitual, a presença dos principais líderes mundiais na região leste de Nova York - que coincide em parte com a Iniciativa Global Clinton, em que já participaram alguns líderes mundiais - impôs medidas de segurança muito rigorosas em torno da sede das Nações Unidas.

Além do elevado número de policiais nova-iorquinos, há um número não especificado de agentes de grupos de elite (locais e federais), helicópteros e embarcações que patrulham o rio Hudson com mergulhadores.

Um bom trecho da Primeira Avenida está fechado ao trânsito, assim como várias ruas transversais em torno da sede da ONU, onde foram colocadas barreiras de cimento e caminhões carregados de areia como proteção contra carros-bomba.

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