As instalações da OPAQ: além das 700 toneladas de agentes químicos que deveriam ter saído da Síria até 31 de dezembro, hoje deveriam ter deixado o território outras 500 (AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 13h54.
Haia - A Síria não respeitou as obrigações internacionais em termos de destruição de seu arsenal químico, ao não cumprir o prazo, nesta quarta-feira, para a retirada de seu território de 1.200 toneladas de agentes químicos.
Um porta-voz da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), Michael Luhan, afirmou à AFP que esta situação era "evidente".
"Não há necessidade de acrescentar nenhum comentário", completou.
O vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faysal Meqdad, afirmou que o país está decidido a "aplicar por completo" o acordo sobre a destruição do arsenal químico.
Meqdad citou, no entanto, as "dificuldades" que impediam as autoridades sírias a respeitar as obrigações, provocadas pelos "grupos terroristas armados", em referência à oposição e aos rebeldes sírios.
Além das 700 toneladas de agentes químicos que deveriam ter saído da Síria até 31 de dezembro, nesta quarta-feira deveriam ter deixado o território outras 500 toneladas de agentes "categoria 2".
Apenas dois carregamentos agentes químicos partiram do porto sírio de Lataquia em 7 e 27 de janeiro, o que, segundo Washington, representa quase 4% das toneladas que deveriam ter sido retiradas até 31 de dezembro.
O plano de desarmamento químico da Síria aprovado pela ONU, após um acordo entre Moscou e Washington, prevê a eliminação da totalidade do arsenal químico sírio até 30 de junho.
O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu na sexta-feira em Berlim ao presidente sirio, Bashar al-Assad, que respeite suas obrigações internacionais. Também advertiu sobre as consequências caso não respeite. A ONU prevê de sanções até ações militares.
Na região, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) começou a fornecer vacinas contra a pólio no campo sírio de refugiados de Yarmuk.
Segundo uma ONG, pelo menos 88 pessoas morreram de fome e por falta de cuidados médicos neste campo, cercado durante meses pelo exército sírio, antes de um acordo que permitiu o envio de alimentos e remédios.