Síria: a Frente al Nusra e outras facções tomaram ontem o controle de Jisr ash-Shugur (Youssef Karwashan/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2015 às 09h21.
Cairo - A Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda, e outros grupos rebeldes islamitas assassinaram pelo menos 30 civis na cidade de Jisr ash-Shugur, tomada sábado, segundo a agência oficial síria, Sana.
Uma fonte militar, citada por Sana, assinalou que a maioria das vítimas são mulheres e crianças, e qualificou o ocorrido de "horrível massacre".
A Frente al Nusra e outras facções islamitas tomaram ontem o controle de Jisr ash-Shugur, a última grande cidade nas mãos do regime sírio na província de Idlib, no norte do país, após enfrentamentos que deixaram cerca de cem mortos.
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal grupo opositor, afirmou que a conquista de Jisr ash-Shugur é "um passo importante no caminho da libertação total da Síria e impõe uma nova realidade política".
Desde ontem à noite, unidades do exército sírio realizam operações na zona contra as posições dos insurgentes e suas vias de abastecimento.
Segundo Sana, as forças armadas causaram várias baixas nas fileiras rebeldes e extremistas e danos materiais em seus equipamentos militares.
Os soldados leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, também destruíram um comboio de jihadistas em Idlib quando cruzava a fronteira com a Turquia.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos OSDH informou ontem que foram encontrados corpos de 60 soldados e milicianos em Jisr ash-Shugur.
Além disso, a ONG acusou os serviços da inteligência militar síria de matar 38 pessoas que tinham detidas nessa mesma cidade.
Os jihadistas de Al Nusra e seus aliados tomaram a cidade de Idlib em 28 de março, a segunda capital provincial que não está controlada pelas forças de Al-Assad, após Al Raqqah, ocupada pelo grupo radical Estado Islâmico (EI).
Facções como o Movimento Islâmico dos Livres de Sham e o grupo Jund al Haq (Soldados do Direito) apoiaram a filial síria da Al Qaeda a tomar o controle de Idlib, após terem expulsado, em novembro, o Exército Livre Sírio (ELS).