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Síria denuncia bombardeio da coalizão em armazém químico do EI

Segundo o exército sírio, o ataque originou uma novem branca e causou um incêndio que matou centenas de pessoas

Síria: o comunicado reitera que o Exército sírio não possui nenhum tipo de arma química (David Silverman/Getty Images)

Síria: o comunicado reitera que o Exército sírio não possui nenhum tipo de arma química (David Silverman/Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de abril de 2017 às 11h07.

Cairo - O exército sírio denunciou nesta quinta-feira um suposto bombardeio da coligação internacional, liderada pelos EUA, em um armazém onde havia substâncias químicas do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no nordeste da Síria, que, afirmou, deixou centenas de mortos, entre eles civis.

O Comando Geral das Forças Armadas sírias precisou em um comunicado publicado pela agência de notícias oficial "Sana" que o suposto ataque ocorreu ontem em um armazém do EI, onde eram guardadas substâncias tóxicas, no povoado de Hatala, no leste da província nordeste de Deir ez-Zor.

Este anúncio ocorre depois que em 4 de abril a cidade de Khan Sheikhun, no noroeste, foi alvo de um suposto bombardeio com armas químicas, onde morreram mais de 80 pessoas, do qual EUA e a oposição acusaram o Governo de Damasco, enquanto que as autoridades sírias e Rússia negaram.

Na nota, o exército sírio apontou que o ataque da coligação foi realizado ontem entre 17h30 e 17h50 local (11h30 e 11h50, em Brasília) e que originou uma nuvem branca, que pouco depois ficou amarela, após a explosão do armazém com substâncias químicas.

Além disso, causou um incêndio na zona que se prolongou até as 22h30 local (16h30, em Brasília), causando a morte de centenas de pessoas por asfixia devido à inalação de gases tóxicos, afirma o comunicado.

O exército destacou que nesse local havia também um grande número de "mercenários" estrangeiros do EI.

Para as Forças Armadas sírias, estes fatos demonstram "a coordenação entre as organizações terroristas e as forças que as apoiam para encontrar pretextos e acusar ao Exército Árabe de Síria do uso de armas químicas ".

Sublinharam que este facto confirma que grupos terroristas, como o EI e a Frente ao Nusra (atual Frente da Conquista do Levante), possuem este tipo de armamento e " têm capacidade de conseguir-lo, transportar-lo, armazenar-lo e utilizar-lo com a ajuda de Estados conhecidos na região ".

No texto se reitera que o Exército sírio não possui nenhum tipo de armas químicas nem as empregou " e advertiu sobre os "perigos que são as organizações terroristas usam armamento químico contra os civis, especialmente depois das mensagens recentes e a cobertura que proporcionada para que fiquem impunes".

Ontem, a Rússia vetou no Conselho de Segurança da ONU uma resolução de condenação do ocorrido na semana passada em Khan Sheikhun, que exigia a todas as partes que colaborem na investigação.

O ataque de Khan Sheikhun elevou a tensão entre Rússia e EUA, que na sexta-feira lançou 59 mísseis sobre uma base aérea síria em represália pelo suposto bombardeio químico.

O Governo de Damasco afirmou que em 4 de abril sua aviação teve como alvo um "armazém terrorista", que continha substâncias químicas em Khan Sheikhun.

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