França: as forças especiais até agora não participaram dos enfrentamentos com o EI, mas se dedicaram a desativar artefatos explosivos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 09h18.
Cairo - O governo sírio denunciou nesta quarta-feira a presença de "forças especiais" francesas e alemãs em duas regiões do norte da província de Aleppo, e qualificou a ação de "violação a sua soberania".
Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores disse em entrevista à agência oficial síria "Sana" que estes soldados se encontram nas áreas de Kobani e Manbech, fato confirmado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.
"A Síria condena esta flagrante intervenção que representa uma forte violação aos princípios e propósitos da carta da ONU e uma franca agressão à soberania e independência da Síria", ressaltou.
Há quatro dias, o porta-voz da aliança curdo-árabe Forças da Síria Democrática (SDF, sigla em inglês), Talal Salu, disse à Agência Efe que militares franceses treinam e assessoram estas tropas na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O porta-voz, que não mencionou à presença de assessores alemães, e indicou que os franceses não participam de operações de combate, mas ajudam às FSD em "trabalhos de planejamento e de estratégia".
Segundo a fonte síria das Relações Exteriores, "a presunção de que esta violação se dá para lutar contra o terrorismo não pode enganar ninguém já que a luta efetiva e legal contra o terrorismo requer a parceria do governo legítimo da Síria".
Nesse sentido, ele destacou que o Exército sírio combate o terrorismo, que se transformou em "uma ameaça séria para a paz, a segurança e a estabilidade do todo o mundo".
O Observatório também informou hoje da presença alemã, embora tenha precisado que se trata de assessores militares e não forças especiais, e indicou que em Aleppo há assessores e forças especiais da França e dos Estados Unidos, que ajudam às SDF em Manbech.
Segundo o Observatório, as forças especiais francesas estão construindo uma base para seus soldados perto da cidade de maioria curda de Kobani, e a maior parte dos assessores está na área da represa de Teshrin, no Rio Eufrates e ao sudeste de Manbech.
As forças especiais francesas e americanas até agora não participaram dos enfrentamentos com o EI, mas se dedicaram a desativar artefatos explosivos plantados pelo grupo terrorista, acrescentou a ONG.
As SDF realizam uma ofensiva contra o EI no norte da província de Al Raqqa, o principal reduto dos extremistas na Síria, e colabora oferecendo apoio a outras facções sírias em um ataque contra Manbech, controlada pelos radicais e no nordeste da província setentrional de Aleppo.