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Síria aceita ir a Genebra sem "pré-condições"

"O fim das políticas agressivas contra a Síria é o primeiro passo para uma solução em meu país", afirmou ministro das Relações Exteriores da Síria


	Walid Muallem: ministro da Síria afirmou que que está ocorrendo em seu país "não é uma guerra civil mas uma guerra contra o terrorismo", na qual a Al Qaeda está envolvida
 (Louai Beshara/AFP)

Walid Muallem: ministro da Síria afirmou que que está ocorrendo em seu país "não é uma guerra civil mas uma guerra contra o terrorismo", na qual a Al Qaeda está envolvida (Louai Beshara/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 13h28.

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, disse nesta segunda-feira nas Nações Unidas que seu governo aceita comparecer a uma conferência de paz em Genebra "sem pré-condições" para solucionar a "guerra contra o terrorismo", mas pediu o fim de "todas as hostilidades" contra seu país.

"O fim das políticas agressivas contra a Síria é o primeiro passo para uma solução em meu país. Qualquer solução política, tendo em vista o contínuo apoio ao terrorismo, seja fornecendo armas, financiando ou treinando, é uma mera ilusão e equívoco", disse o ministro no plenário da Assembleia Geral.

Muallem afirmou que o que está ocorrendo em seu país "não é uma guerra civil, mas uma guerra contra o terrorismo", na qual a Al Qaeda está envolvida, e após denunciar que os rebeldes lançaram um ataque químico em Khan Al Asal, acusou os EUA de impedirem que especialistas da ONU averiguassem quem utilizou armas químicas.

"A Síria disse várias vezes que apoia uma solução política contra a crise, e agora pedimos que aos que dizem apoiá-la também parem com as hostilidades", disse o ministro, que acrescentou que seu país rejeitará qualquer tentativa de interferência exterior e derrotará os "partidários do sectarismo, o extremismo e o terrorismo".

"Somos nós quem fomos atacados com gases venenosos em Khan Al Asal, perto de Aleppo. Nós pedimos à missão de analistas que incluísse na missão a determinação de quem usou as armas, mas os EUA e seus aliados, França e Reino Unido, são os que a impediram, e inclusive limitaram suas funções", disse o ministro.


Muallem afirmou que foram as autoridades sírias que esperaram cinco meses a chegada da missão de analistas da ONU, mas uma vez que eles chegaram, foram embora antes de "completar o trabalho" porque, segundo disse, "certos estados" começaram a tocar tamboras de guerra da Síria.

"Garanto o firme compromisso da Síria de implementar as provisões da convenção internacional contra as armas químicas e que cooperaremos com a Organização para a Proibição do Uso de Armas Químicas (OPAQ) como estado-membro desse convenção", disse o ministro.

No entanto, o representante do regime de Bashar al Assad advertiu que segue sendo um "desafio" o fato dos "terroristas" continuarem recebendo este tipo de armas, usarem gases venenosos contra a Síria e "receberem agentes químicos" dos países da região e ocidentais "que todos conhecemos".

O ministro também disse que alguns países "não querem reconhecer" que grupos terroristas de braços da Al Qaeda "estão lutando na Síria", e assegurou que no país não há um conflito civil, "mas uma guerra contra o terrorismo".

Em conjunto, o ministro sírio criticou a "hipocrisia política" dos que promovem uma intervenção militar contra seu país enquanto ignoram essa atividade terrorista, e advertiu que a possibilidade de uma solução política "é ilusória e enganosa" em vista do contínuo apoio exterior a esses grupos terroristas.

Muallem falou também sobre as "crescentes necessidades humanitárias" na Síria e qualificou de "desumanas e unilaterais" as sanções impostas pelos Estados Unidos e pelaa União Europeia (UE) a seu país já que, segundo denunciou, tem "piorado" as condições de vida de seus cidadãos. 

*Matéria atualizada às 13h28

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