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Sindicância não recomenda punição para caso Erenice

Investigação aberta pela Casa Civil concluiu que faltam provas e não recomendou qualquer punição

Erenice Guerra pediu demissão em fevereiro de 2010, envolvida em suposto caso de tráfico de influência (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

Erenice Guerra pediu demissão em fevereiro de 2010, envolvida em suposto caso de tráfico de influência (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2011 às 17h20.

A investigação aberta pela Casa Civil para apurar um suposto caso de tráfico de influência de dois assessores da ex-ministra Erenice Guerra terminou sem recomendar qualquer punição. A sindicância concluiu que não há provas de irregularidades cometidas pelos servidores Vinicius Castro e Stevan Knezevic, que trabalhavam com Erenice no Palácio do Planalto. O escândalo derrubou a então ministra da Casa Civil, em setembro, durante a campanha eleitoral.

Castro colocou a mãe como sócia em uma empresa de consultoria em Brasília - a Capital Assessoria e Consultoria - em parceria com Saulo Guerra, filho de Erenice. Outro filho da ex-ministra, Israel, era quem atuava com Castro no lobby e supostamente cobrava comissão de empresas que tentavam fazer negócios com o governo. Segundo as acusações, os dois cobravam uma taxa de 5% para fazer o "serviço". Após a revelação do caso, pela revista Veja, Castro pediu demissão do cargo. Knezevic foi devolvido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde é servidor público.

Na sexta-feira passada, a Casa Civil abriu um processo disciplinar para apurar as relações de um convênio firmado com a Unicel, empresa que tem o marido de Erenice como consultor. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, essa foi a única conclusão da sindicância aberta em outubro para apurar a denúncia de tráfico de influência dos assessores de Erenice. O relatório final da apuração será enviado ao Ministério da Defesa à Anac e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Uma reportagem da revista Veja mostrou, em setembro, que a Capital Assessoria e Consultoria fez lobby e cobrou propina para facilitar a participação da empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA) em contratos com o governo. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou depois, a MTA pertence ao argentino Alfonso Rios, que usou o coronel Eduardo Artur Rodrigues como testa de ferro da empresa no Brasil. Em agosto, o coronel assumiu a direção de Operações dos Correios, indicado por Erenice.

Pressionada, Erenice pediu demissão da Casa Civil. Ela assumiu a pasta em fevereiro, após Dilma deixar o seu comando para ser candidata a presidente. Erenice era o braço-direito da petista dentro do governo nos últimos cinco anos. Apesar da crise que abalou a campanha eleitoral, a ex-ministra esteve inclusive na cerimônia de posse de Dilma ontem.

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