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"Sim, é possível", comemoram indígenas após acordo com governo do Equador

Depois de 11 dias de intensos protestos, o governo do Equador recuou e elaborará um decreto para substituir o pacote de austeridade

Equador: governo e liderança indígenas fazem acordo após grandes manifestações (Getty Images / Correspondente/Getty Images)

Equador: governo e liderança indígenas fazem acordo após grandes manifestações (Getty Images / Correspondente/Getty Images)

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EFE

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 08h49.

Quito — Milhares de equatorianos lotaram as ruas de Quito na noite de domingo para festejar o acordo entre o governo e os indígenas, que deu fim aos 11 dias de violentos protestos ocasionados pela eliminação do subsídio aos combustíveis.

Famílias inteiras, inclusive com crianças de pijama e com bebês nos braços, saíram às ruas em passeata. No parque de El Arbolito, epicentro dos distúrbios na capital, milhares de manifestantes gritavam insistentemente: "Sim, é possível".

Ficaram para trás os dias de batalha campal contra as forças de segurança, conflitos marcados por pneus em chamas, cortinas de fumaça e muito gás lacrimogêneo.

Na região que deu lugar à festa, os manifestantes começaram a recolher as barricadas que serviram de proteção, especialmente nos últimos dias, quando os protestos se tornaram ainda mais violentas e com forte repressão policial.

Centenas de indígenas festejaram a "vitória da luta popular" no lado de fora da Casa de Cultura - centro cultural dirigido pelo governo - com bailes nos quais mostravam suas lanças e faziam soar os tambores aos gritos de: "O povo unido, jamais será vencido".

"Viva a união do povo organizado", gritavam ao mesmo tempo que tocavam instrumentos ancestrais.

O festejo foi sentido tanto dentro como fora da Casa de Cultura, ponto de encontro dos indígenas desde a segunda-feira passada, quando milhares chegaram do interior do país para protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis.

A festa tomou conta das ruas de Quito pouco após o governo anunciar que elaborará um decreto para substituir o 883, que provocou os protestos, em um acordo com o movimento indígena alcançado com a mediação da ONU e da Conferência Episcopal.

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