Mundo

Shinzo Abe visita a central nuclear de Fukushima

Abe é o terceiro chefe de Governo em exercício que visita o complexo atômico destruído por um violento terremoto e um tsunami em 11 de março de 2011

Shinzo Abe: "Quero acelerar ao máximo as operações, pois a revitalização de Fukushima é essencial para a revitalização do Japão", afirmou o novo primeiro-ministro (©afp.com / Itsuo Inouye)

Shinzo Abe: "Quero acelerar ao máximo as operações, pois a revitalização de Fukushima é essencial para a revitalização do Japão", afirmou o novo primeiro-ministro (©afp.com / Itsuo Inouye)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2012 às 09h25.

Fukushima - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou neste sábado a central nuclear de Fukushima, três dias depois de tomar posse, em um gesto que pretende demonstrar sua determinação para superar a crise.

Depois dos antecessores Naoto Kan e Yoshihiko Noda, o conservador Abe é o terceiro chefe de Governo em exercício que visita o complexo atômico destruído por um violento terremoto e um tsunami em 11 de março de 2011 no norte do Japão.

Acompanhado por muitos jornalistas, Abe passou uma hora e meia no local conhecido como Fukushima Daiichi (Fukushima Nº1), um ano depois da estabilização do complexo, onde quatro dos seis reatores foram seriamente danificados e emitiram grandes quantidades de substâncias radioativas no ar, no solo e no mar.

"Obrigado a todos. É muito difícil, mas graças a vocês os trabalhos progridem no desmantelamento", disse Abe aos funcionários de Fukushima Daiichi.

"Neste período de festas de fim de ano, apesar de ser difícil para suas famílias, trabalhem com ânimo e sejam responsáveis com segurança", disse o premier.

Vestido com um traje especial e uma máscara, Abe chegou de ônibus muito perto dos reatores 5 e 6, os menos afetados.


Abe conversou com vários funcionários ao lado do presidente da empresa Tepco, que opera a central nuclear. Ele transmitiu uma mensagem de "agradecimento e estímulo" aos trabalhadores que "enfrentam um desafio sem precedentes".

Depois de deixar a central, Abe destacou que as instalações estão "em uma fase de preparação para o desmantelamento".

"Quero acelerar ao máximo as operações, pois a revitalização de Fukushima é essencial para a revitalização do Japão", completou.

Quase 160.000 pessoas abandonaram a região contaminada e uma parte da área foi completamente desabitada.

Eleito em 26 de dezembro depois da vitória esmagadora do Partido Liberal Democrata (PLD, conservador) nas eleições legislativas do início do mês, Abe já expressou a intenção de reativar todos os reatores nucleares considerados seguros pela Autoridade de Regulamentação, uma entidade independente criada em setembro.

Mas no local do maior desastre nuclear desde Chernobyl em 1986, Abe foi prudente.

"Quero executar uma política energética responsável, o que significa que nos próximos três anos vamos fazer todo o possível para progredir no âmbito das energias alternativas, começando pelas renováveis, e assim definir nos próximos 10 anos a melhor combinação energética".


Abe considera que, por razões econômicas, o Japão não pode renunciar à energia nuclear.

A meta "zero nuclear" prometida pelo governo anterior de centro-esquerda foi sepultada pelo ministro da Indústria durante a semana.

Quatro dos cinco distritos do município de Fukushima estão, desde 16 de dezembro, sob controle de deputados do PLD, mas a população local é radicalmente contrária à energia nuclear.

Após a visita à central de Fukushima, o primeiro-ministro seguiu para Kawauchi, uma comunidade que tenta obter o retorno de seus habitantes. Abe entrou na primeira loja que abrirá na cidade fantasma e saudou antigos moradores, que ainda vivem em casas pré-fabricadas localizadas fora da zona contaminada.

"Somos refugiados ", disse uma idosa à AFP.

"Antes esta era uma cidade bela, mas agora há apenas pessoas idosas dispostas a retornar", completou outro ancião.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaFukushimaJapãoPaíses ricosUsinas nucleares

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos