EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
A Royal Dutch Shell estuda realizar uma oferta pública para comprar os 22% do capital de sua operação canadense que pertence a acionistas minoritários. O valor da oferta pode atingir 6,85 bilhões de dólares americanos, o equivalente a 35,60 dólares por papel. A quantia seria paga em dinheiro. Este é o próximo passo da gigante anglo-holandesa do setor petrolífero, que há tempos implementa um forte programa de reestruturação. O objetivo é consolidar a presença da Shell no Canadá, onde já investiu alguns bilhões de dólares na exploração de jazidas.
De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, o prêmio oferecido pelos papéis - 22% sobre a cotação de fechamento da última sexta-feira (20/10), na Bolsa de Toronto - contudo, não deve ser suficiente para atrair a adesão dos minoritários. Um sinal de que a oferta pública enfrenta dificuldades foi o anúncio, nesta segunda-feira (23/10), de que um comitê especial foi criado para supervisionar a operação, com o objetivo de avaliar o preço dos papéis. A sede da Shell já informou que qualquer aquisição está condicionada à adesão de, pelo menos, metade dos minoritários canadenses.
O Canadá é uma região prioritária para os investimentos da Shell, que lidera o mercado petrolífero no país, ao lado de um pequeno grupo de concorrentes. A companhia também desenvolveu tecnologias capazes de explorar com eficiência os depósitos de óleo cru, cuja matéria-prima é mais pesada que a convencional e mais cara para ser processada.
Segundo The Wall Street Journal, o sucesso da oferta pública não reforçaria apenas a posição da companhia no Canadá, mas também mostraria que a alta direção do grupo aprendeu com os erros passados. A empresa tem um histórico de insucessos na condução de grandes aquisições, o que coloca em risco a credibilidade de sua diretoria. Um resultado fraco na oferta pode indicar que o presidente-executivo, Jeroen van der Veer progrediu pouco na reestruturação do grupo. Além disso, se a aquisição for positiva, fortalecerá a liderança do novo presidente do conselho de administração da Shell, Jorma Ollila, ex-presidente-executivo da Nokia.