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Seul afirma que Pyongyang colocou dezenas de milhares de minas na fronteira entre as Coreias

Lado sul-coreano divulgou relatório dizendo que o norte têm mantido as intensas manobras na linha da frente da fronteira

Militares norte-coreanos perto da fronteira fortificada com a Coreia do Sul, em imagem divulgada em 18 de junho de 2024 pelo Ministério da Defesa de Seul (AFP/AFP)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 18 de julho de 2024 às 09h17.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 09h20.

O Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Sul afirmou na quarta-feira, 17, que as tropas da Coreia do Norte colocaram "dezenas de milhares de minas" nos últimos meses na fronteira entre os dois países e alertou para o perigo de que algumas possam ser levadas para o Sul pelas chuvas torrenciais típicas das monções.

Um relatório sobre a atividade militar norte-coreana tornado público hoje destaca que as tropas do norte têm mantido as intensas manobras na linha da frente da fronteira que empreenderam desde o início do ano, apesar das altas temperaturas e das fortes chuvas de verão.

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Depois que o líder norte-coreano Kim Jong-un declarou em janeiro que a Coreia do Sul é o “principal inimigo” de seu país e descartou a ideia de uma reunificação pacífica, os militares do Norte reconstruíram postos de guarda, reforçaram cercas de arame e plantaram novas minas junto à divisória.

A colocação de minas antipessoal “está estimada em dezenas de milhares”, adverte o relatório, que aponta o perigo de que chuvas fortes ou a abertura de comportas de barragens que deságuam em rios compartilhados peloNorteeSul devido às monções leve os dispositivos para o território sul-coreano, como já aconteceu no passado.

Em alguns casos, as patrulhas fronteiriças sul-coreanas pisaram acidentalmente nestas minas aquáticas.

O relatório também fala das terríveis condições em que trabalham os soldados norte-coreanos que realizam estas tarefas ao longo da fronteira.

“Vivem em alojamentos precários, como tendas, trabalhando continuamente uma média de 12 a 13 horas por dia, sem férias ou assistência, e em algumas zonas trabalham toda a noite”, detalhou o texto, acrescentando que “apesar de terem havido muitos vítimas devido a mais de 10 explosões de minas durante este trabalho na frente, o trabalho continua a ser realizado de forma irracional”.

O Ministério da Defesa sul-coreano já alertou em junho que pelo menos uma dúzia de explosões de minas tinham ocorrido durante estas operações fronteiriças.

O texto afirma ainda que mulheres soldados foram mobilizadas em algumas áreas e indica que o Exército sul-coreano se prepara para a possibilidade de que, devido a estas tarefas, as tropas norte-coreanas possam cruzar temporariamente a Linha de Demarcação Militar que divide em dois a Zona Desmilitarizada que separa os dois países, como tem acontecido nas últimas semanas.

Existe também a possibilidade de os soldados norte-coreanos optarem por tentar desertar para o Sul devido às duras condições de trabalho que enfrentam.

Quem é Kim Jong0un, líder da Coreia do Norte

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