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Serviço de ambulâncias entra em greve no Reino Unido

O movimento de protesto social aumenta no país diante da inflação acima de 10% e das crescentes tensões com o governo conservador, que se recusa a negociar melhorias salariais

Ambulâncias em greve no bairro de Waterloo, em Londres (AFP/AFP Photo)

Ambulâncias em greve no bairro de Waterloo, em Londres (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 10h41.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 12h14.

Um dia depois dos enfermeiros, os funcionários do serviço britânico de ambulâncias entraram em greve nesta quarta-feira, 21, para exigir melhores salários do governo, que os acusou de prejudicar "conscientemente" os pacientes.

O movimento de protesto social aumenta no país diante da inflação acima de 10% e das crescentes tensões com o governo conservador, que se recusa a negociar melhorias salariais.

O mal-estar atinge vários setores: enfermeiros, ferroviários, alfândega, correios... Mas a greve das ambulâncias coloca uma pressão especial sobre o governo em razão dos riscos que representa para as pessoas que precisam de cuidados urgentes.

No jornal The Daily Telegraph, o ministro da Saúde, Steve Barclay, acusou os sindicatos de "uma decisão consciente de prejudicar os pacientes".

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"É uma declaração verdadeiramente ofensiva para os funcionários do serviço de ambulâncias e do NHS", o sistema público de saúde, respondeu Rachel Harrison, secretária-geral do sindicato GMB.

Quase 750 militares receberam treinamento para substituir os trabalhadores das ambulâncias.

Ainda assim, o diretor médico do NHS na Inglaterra, Stephen Powis, pediu que a população beba com moderação porque será "um dia muito difícil para os serviços de saúde".

"Trabalhamos em estreita colaboração com os sindicatos para garantir a manutenção dos serviços de emergência para doenças com risco de morte, incluindo derrames cerebrais e crises cardíacas", disse.

No sudoeste de Londres, alguns manifestantes carregavam faixas com a frase "Salvem o NHS".

A secretária-geral do sindicato GMB disse que "cabe ao governo acabar com o conflito".

"Ao se recusar a discutir salários com os sindicatos, o governo é quem decide continuar o conflito", acusou Harrison.

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Ultimato

A greve ocorre um dia após outra dos enfermeiros, que já haviam decretado uma paralisação na semana passada.

Na terça-feira à noite, o sindicato Royal College of Nursing enviou um ultimato ao governo, com o prazo de dois dias para alcançar um acordo sobre os salários, sob ameaça de novas paralisações após o Natal.

A categoria, em greve pela primeira vez em 100 anos de existência do sindicato, tornou-se um símbolo do aumento do custo de vida.

O primeiro-ministro Rishi Sunak, porém, permaneceu inflexível na terça-feira.

"Reconheço que é difícil. É difícil para todos porque a inflação está onde está", afirmou.

"A melhor forma (...) de ajudar a todos no país é reduzir a inflação o quanto antes", declarou.

No entanto, os profissionais da área da saúde gozam de amplo apoio da população depois que atuaram na linha da frente da luta contra a covid.

Além disso, sofrem com a austeridade orçamentária que há anos pesa sobre o respeitado e gratuito sistema público de saúde.

De acordo com uma pesquisa do instituto YouGov publicada na terça-feira, dois terços dos britânicos apoiam as greves dos enfermeiros e 63% dos funcionários das ambulâncias.

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