Mundo

Separatistas catalães tentam aprovar consulta independentista

A iniciativa de realizar um referendo pela separação da Espanha é considerada ilegal pelo Governo central e pelos tribunais

Catalunha: em 2014, os nacionalistas catalães já tentaram fazer uma consulta soberanista (Albert Gea/Reuters)

Catalunha: em 2014, os nacionalistas catalães já tentaram fazer uma consulta soberanista (Albert Gea/Reuters)

E

EFE

Publicado em 22 de maio de 2017 às 11h21.

Madri - Os nacionalistas que integram o Governo da região da Catalunha fazem nesta segunda-feira em um ato público em Madri uma nova tentativa de chegar a um consenso com o governo espanhol para a realização de uma consulta independentista.

Uma sala da Câmara municipal de Madri acolhe hoje uma conferência do presidente dessa região de 7,5 milhões de habitantes, o nacionalista Carles Puigdemont, que deseja realizar em setembro um referendo para se separar da Espanha, iniciativa considerada ilegal pelo Governo central e os tribunais.

A ação de hoje é planejada pelos separatistas catalães como a última chamada ao Estado para negociar o referendo.

O chefe do Executivo, Mariano Rajoy, reiterou hoje o convite a Puigdemont para que compareça ao Congresso para defender suas teses e tentar levá-las adiante, ainda que já tenha antecipado que ele não apoiará "nem a liquidação da soberania nacional, nem a liquidação da unidade nacional" que atribui aos separatistas.

Em dias passados, o presidente catalão já havia assegurado que transferiria primeiro ao Governo central uma proposta de negociação do referendo e, caso chegasse a um pacto, o submeteria à votação no Congresso dos Deputados e no Parlamento da região.

Não obstante, no Executivo catalão essa hipótese não é dada como verossímil dada a rejeição do PP a uma consulta sobre a independência da Catalunha, posição que também compartilham os socialistas do PSOE e os liberais dos Ciudadanos, segundo e quarto partido no Congresso.

Em meio a este cruzamento de declarações, a coalizão que governa a Catalunha, Junts pel Sí ("Juntos pelo Sim") afirmou hoje mediante uma nota que a "única via" que tem sobre a mesa é "fazer o referendo" sobre a independência da Catalunha e advertiu que se o Estado vetar, impulsionará os "mecanismos legais" para realizá-lo.

O jornal "El País" publica hoje uma parte da lei de transitoriedade jurídica ou de ruptura manejada pelos nacionalistas catalães e que significa os passos para desligar juridicamente a Catalunha da Espanha.

Na sua disposição final, o trecho da chamada "lei de desconexão" estabelece uma declaração unilateral de independência se o Governo da Espanha impedir a realização de um referendo.

A esse documento fez referência hoje Rajoy, que o qualificou de "gravíssima chantagem" e de "ameaça" ao Estado.

Em 2014, os nacionalistas catalães já quiseram fazer uma consulta soberanista que foi cancelada pelo Tribunal Constitucional.

A consulta aconteceu finalmente em novembro desse ano, com caráter informal e sem valor legal algum e com a particularidade de que os seus promotores foram levados a julgamento e condenados a penas de inabilitação para o desempenho de cargo público.

Em setembro de 2015, algumas eleições regionais deram a maioria na Câmara catalã aos partidários da independência.

Acompanhe tudo sobre:CatalunhaEspanhaGoverno

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua