Senegal volta a ter um primeiro-ministro após três anos
Novo chefe de governo foi ministro das Finanças e de Relações Exteriores do atual presidente, Macky Sall, com uma década no poder
AFP
Publicado em 17 de setembro de 2022 às 15h42.
Última atualização em 17 de setembro de 2022 às 15h43.
O presidente de Senegal , Macky Sall, nomeou neste sábado (17) um novo primeiro-ministro, cargo que havia suprimido em 2019 e foi restituído em dezembro de 2021.
Amadou Ba, que foi ministro das Finanças entre 2013 e 2019 e titular das Relações Exteriores entre 2019 e 2020, foi nomeado por decreto presidencial.
Em um cenário de inflação elevada, o novo chefe de Governo terá a missão de organizar "amplas consultas" e adotar "novas medidas" a nível social, afirmou Sall na sexta-feira à noite em um discurso à nação exibido na televisão.
A supressão do cargo de primeiro-ministro em maio de 2019 pretendia tornar o funcionamento do Estado mais fluido e estabeleceu um novo equilíbrio de poder, reforçando o caráter presidencialista do regime senegalês.
Na época, a oposição e parte da sociedade civil denunciaram o fim do cargo como uma tentativa do presidente de assumir todo o poder.
Quase três anos e meio mais tarde, Sall continua sendo criticado pela oposição por sua maneira de presidir o país. Os críticos afirmam que Sall busca um terceiro mandato.
Macky Sall, eleito em 2012 para um mandato de sete anos e reeleito em 2019 para mais cinco anos, não anunciou ainda suas intenções para 2024.
Um evento que estava programado para este sábado, organizado por associações da sociedade civil para a limitação dos mandatos na África, foi proibido pelas autoridades, que alegaram "riscos de distúrbios", o que provocou uma onda de protestos nas redes sociais.