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Senadores dos EUA instam Meta a combater tráfico de drogas e de pessoas

Na carta a Zuckerberg, os senadores citam as conclusões de várias investigações sobre os mecanismos de moderação e controle de conteúdo "grosseiramente inadequados" da empresa

Os parlamentares acusam a Meta de não controlar ou deletar todas essas informações após ser notificada e apesar de a empresa reconhecer que essas atividades "violam os padrões de sua comunidade (Meta/Reprodução)

Os parlamentares acusam a Meta de não controlar ou deletar todas essas informações após ser notificada e apesar de a empresa reconhecer que essas atividades "violam os padrões de sua comunidade (Meta/Reprodução)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 15 de fevereiro de 2023 às 07h31.

Seis senadores americanos escreveram ao presidente e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, nesta terça-feira, 14, para pedir ao bilionário que impeça que suas plataformas, como Facebook e WhatsApp, sejam usadas para facilitar o tráfico de drogas e de pessoas, especialmente na América Latina.

"A publicidade aberta de serviços de contrabando de pessoas e tráfico de drogas e a prevalência de desinformação sobre o sistema de imigração dos Estados Unidos no Facebook contribuem para o crime transnacional na região e para os desafios que os Estados Unidos enfrentam em sua fronteira" com o México, afirmam os congressistas na carta.

"A amplificação dessas atividades pelo próprio algoritmo do Facebook apenas exacerba esses desafios", acrescentam.

Na carta a Zuckerberg, os senadores citam as conclusões de várias investigações sobre os mecanismos de moderação e controle de conteúdo "grosseiramente inadequados" da empresa.

Também citam documentos internos publicados pelo Wall Street Journal que revelam que o Cartel Jalisco Nueva Generación "recrutou, treinou e pagou assassinos de aluguel abertamente usando as plataformas da Meta, e que mesmo quando a Meta estava ciente dessas atividades, não conseguiu eliminar completamente o cartel de suas plataformas".

Os senadores acrescentaram que o Tech Transparency Project documentou como os traficantes de pessoas "usam abertamente o Facebook para explorar migrantes" publicando na plataforma seus serviços, por exemplo, para cruzar a fronteira, em publicações "muitas vezes monetizadas".

Os parlamentares acusam a Meta de não controlar ou deletar todas essas informações após ser notificada e apesar de a empresa reconhecer que essas atividades "violam os padrões de sua comunidade".

Relatórios anteriores "constataram que os cartéis de drogas na América Latina e no Caribe usam amplamente as plataformas Meta para traficar drogas, recrutar membros e traficantes, extorquir vítimas e publicar listas de restrições", escreveram os senadores.

"A Meta tem obrigação de enfrentar esses desafios", avaliam os congressistas, que pedem para ser informados sobre as medidas que a empresa está disposta a tomar.

"É imperativo que a Meta leve a sério os papéis emergentes do Facebook e do WhatsApp como ferramentas usadas para apoiar" operações ilícitas em países em desenvolvimento, mas que "também afetam de forma significativa e adversa os interesses nacionais dos Estados Unidos", afirmam.

Em dezembro de 2021, a agência americana de repressão e controle de narcóticos (DEA) anunciou que os cartéis de drogas mexicanos "estão usando as plataformas Meta para inundar nosso país com fentanil", um opioide sintético que causou 107.622 mortes por intoxicação ou overdose naquele ano nos EUA, lembram os senadores.

A carta é assinada por Bob Menéndez, presidente do Comitê de Relações Exteriores, Tim Kaine, Jeanne Shaheen, Ben Ray Luján, Tammy Baldwin e Catherine Cortez-Masto.

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