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Senadora dos EUA acusada de racismo se desculpa por piada com linchamentos

"Se você me convidasse para um enforcamento público, estaria na primeira fila", disse Cindy Hyde-Smith a um fazendeiro na cidade de Tupelo durante ato

Cindy Hyde-Smith: republicana foi designada este ano para substituir de forma interina o senador Thad Cochran, que abandonou sua cadeira devido a uma doença (Tom Williams/Getty Images)
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EFE

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 18h29.

Washington - A senadora republicana Cindy Hyde-Smith, que concorre por uma cadeira no Senado dos Estados Unidos , pediu desculpas por declarações nas quais parecia aprovar os linchamentos de cidadãos negros.

"Para qualquer um que tenha se ofendido pelos meus comentários, definitivamente peço perdão", disse Cindy na terça-feira, 22, à noite durante um debate com seu adversário democrata, o afro-americano Mike Espy.

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Cindy foi designada este ano para substituir de forma interina o senador Thad Cochran, que abandonou sua cadeira devido a uma doença, e se candidatou às eleições legislativas de 6 de novembro com o objetivo de permanecer no Senado durante os dois anos de mandato que Cochran ainda tinha para cumprir.

Mas nem ela nem Espy conseguiram obter 50% dos votos, o que, segundo as regras do Mississipi, os obriga a se enfrentarem novamente em um segundo turno no próximo dia 27 de novembro.

O Mississipi é um estado marcadamente conservador onde as vitórias republicanas são dadas como garantidas, mas as declarações aparentemente racistas de Cindy na semana passada equilibraram disputa mais do que o previsto. "Se você me convidasse para um enforcamento público, estaria na primeira fila", disse a senadora a um fazendeiro na cidade de Tupelo durante um ato com eleitores.

As palavras "enforcamento público" evocaram os linchamentos de afro-americanos, assassinatos extrajudiciais por motivos racistas que eram comuns no sul durante o século 19 e a primeira metade do 20, que passaram a ser menos frequentes após o movimento dos direitos civis na década de 1960.

Em comunicado, o principal grupo afro-americano do país, a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), afirmou que a decisão de Cindy de "brincar" com os enforcamentos, dados "os incontáveis incidentes desse ato bárbaro", é "doentia".

As declarações da senadora renovaram o interesse de alguns eleitores no candidato democrata, que é afro-americano, e levaram grandes figuras do Partido Democrata a fazer campanha com ele, entre eles os senadores Kamala Harris e Cory Booker.

O presidente dos EUA, Donald Trump, deve viajar na segunda-feira ao Mississipi para fazer campanha a favor de Cindy. Será a primeira vez que Trump fará campanha desde as eleições legislativas de 6 de novembro, nas quais seu partido perdeu o controle da Câmara dos Representantes, mas obteve a maioria no Senado.

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