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Senado dos EUA decide futuro de Kavanaugh e dos republicanos

Decisão levará em conta o depoimento de Christine Blasey Ford que afirmou ter sido vítima de abuso sexual cometido por Kavanaugh, em 1982

Brett Kavanaugh negou as acusações de abuso sexual / REUTERS | Jim Bourg

Brett Kavanaugh negou as acusações de abuso sexual / REUTERS | Jim Bourg

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2018 às 06h39.

Última atualização em 28 de setembro de 2018 às 07h00.

Após depoimentos e denúncias, o Senado americano vai decidir, nesta sexta-feira, se o juiz Brett Kavanaugh poderá assumir o cargo para o qual foi indicado na Suprema Corte dos Estados Unidos.

A decisão levará em conta o depoimento de Christine Blasey Ford, professora universitária que afirmou ter sido vítima de abuso sexual, cometido por Kavanaugh, em 1982, e o do próprio acusado.  Ontem, ela depôs ao Senado, e alegou ter 100% de certeza de ter sido vítima do abuso. “Eu estou aqui hoje não porque eu gostaria de estar. Eu estou apavorada. Eu estou aqui porque eu acredito que seja meu dever cívico contar a vocês o que aconteceu comigo quando Brett Kavanaugh e eu estávamos no ensino médio”, disse Ford, lendo de seu depoimento.

Quando perguntada se ela não teria se enganado quanto à identidade do abusador, ela respondeu que “absolutamente não”. Senadores democratas receberam o depoimento da professora como digno de confiança, corajoso, e, nas palavras do senador Cory Booker, “nada menos do que heroico”.

Kavanaugh, por sua vez, negou veementemente que ele tenha cometido o abuso, e afirmou “não ser nem nunca ter sido esta pessoa”. Ele ainda afirmou que sua carreira mostra sua integridade. Depois de chorar diversas vezes, Brett Kavanaugh mudou o tom, e rebateu com grande veemência todas as perguntas de acusação que foram feitas pelos senadores.

O problema é que os traumas e medos de Christine são os mesmos de outras duas mulheres, que também alegam terem sido vítimas de abuso.

O presidente do comitê no Senado, Chuck Grassley,  recriminou o “circo midiático” ao redor das alegações contra Kavanaugh, que participou de entrevista ao canal FoxNews, na segunda-feira (24), e negou ter abusado as vítimas. “O que eles tiveram que passar deverá ser considerado por todos nós como inaceitável e uma pobre reflexão sobre o estado de civilidade na nossa democracia”, disse Grassley. “Então eu quero pedir desculpas a vocês dois pelo modo como foram tratados”, acrescentou o republicano.

A senadora Dianne Feinstein, principal Democrata no comitê, disse em sua fala de abertura que violência sexual é um sério problema nos Estados Unidos e “um que passa largamente despercebido”. Mesmo assim, alguns senadores já indicaram votar a favor da posse de Kavanaugh na Suprema Corte. Segundo a revista americana Time, o líder do Senado Mitch McConnell prevê a vitória do juiz.

Quem poderá sofrer as consequências deste episódio é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o partido republicano. Defendendo desde o início o indicado, e acusando o Senado e Christine de “mentirosos”, Trump teme que o episódio leve a uma vitória democrata nas eleições legislativas de novembro, que renovarão a câmara e o senado.

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