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Senado americano analisa confirmação de Pompeo no Departamento de Estado

O Senado dos EUA devem confirmar hoje se o diretor da CIA, indicado por Trump, assume o Departamento de Estado

Pompeo: Trump indicou Pompeo para assumir o cargo de Tillerson (Leah Millis/Reuters)

Pompeo: Trump indicou Pompeo para assumir o cargo de Tillerson (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de abril de 2018 às 11h28.

Última atualização em 12 de abril de 2018 às 11h29.

O Senado dos Estados Unidos realiza, nesta quinta-feira, uma audiência pela confirmação de Mike Pompeo à frente do Departamento de Estado, no momento em que as tensões com Síria e Rússia alcançam novos níveis e que a disputa comercial com a China ameaça se transformar em uma bola de neve.

O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), Mike Pompeo, foi designado para substituir Rex Tillerson à frente do Departamento de Estado, naquela que pode ser uma das mudanças de gabinete com mais consequências após a saída de vários integrantes desde que Donald Trump assumiu o governo há 14 meses.

Pompeo é próximo de Trump, alguém que o informa diariamente sobre questões de política internacional, Inteligência e segurança e com quem compartilha a aversão ao Irã.

Já obteve a aprovação do Senado como chefe da CIA, que o confirmou no cargo com os votos republicanos e os de 14 democratas.

Na ocasião, era necessário o voto de pelo menos um democrata para que Pompeo fosse ratificado pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado. A audiência acontece nesta quinta, e a confirmação deve ser votada nas próximas semanas.

O comitê conta com 11 republicanos e 10 democratas. O republicano Rand Paul já manifestou sua oposição a Pompeo, por conta de seu apoio à guerra ao Iraque e por sua postura agressiva em relação ao Irã.

Já o senador Lindsey Graham, um falcão republicano em matéria de política externa, avalia que Pompeo é "o homem certo para o momento certo", diante da "perigosa" situação em que se encontra o mundo.

Patamar elevado

Trump está há quase um mês sem um secretário de Estado. Nesse período, ameaçou iniciar uma guerra comercial com a China, acusou Síria e Rússia de terem lançado um ataque químico que deixou mais de 40 mortos e acirrou a retórica contra Moscou.

Dentro de exatamente um mês, Trump deverá se pronunciar sobre o destino do acordo nuclear com o Irã, pacto ao qual Pompeo se opôs com vigor em 2015, quando era membro do Congresso.

Recentemente, Pompeo se reuniu com senadores, incluindo o presidente do Comitê de Relações Exteriores, Bob Corker, que classificou a reunião de "muito boa", mas não antecipou se lhe dará seu apoio.

Os democratas dizem querer um secretário de Estado consideravelmente mais comprometido com a pasta.

"Muitos de nós colocam um patamar elevado. Ele tem que se comprometer a pôr fim ao ataque contra o pessoal do Departamento de Estado que Tillerson começou", disse o senador Chris Murphy, que integra o comitê.

E, com a recente designação do falcão John Bolton como conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Murphy defende que é preciso questionar as posições de Pompeo sobre temas espinhosos como Coreia do Norte e Síria.

"Muitos de nós estão preocupados com a combinação de Pompeo e Bolton, colocando uma série de opções militares sobre a mesa do presidente que poderiam causar um dano real à nossa Segurança Nacional", frisou Murphy.

 

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