Sem-teto processa casal que levantou 400 mil dólares para lhe ajudar
Em 2017, John Bobbitt Jr. emprestou os últimos dólares que tinha para Kate McClure numa história que ganhou reviravolta dramática
Gabriela Ruic
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 14h40.
Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 14h41.
São Paulo – Uma história de compaixão que viralizou no ano passado voltou à tona nos últimos dias com uma reviravolta dramática. Em outubro de 2017, na Filadélfia ( EUA ), o sem-teto John Bobbitt Jr. empresou os últimos vinte dólares que tinha no bolso para Kate McClure, cujo carro estava parado sem gasolina no meio de uma estrada.
Agora, ele está processando McClure e seu marido, Mark D’Amico. O casal está sendo acusado de ter gasto em viagens, compras e jogatina parte do montante de 400 mil dólares que levantaram por meio de uma campanha online para ajudar Bobbitt e de estar segurando o que sobrou em uma conta bancária pessoal.
Em uma entrevista concedida ao jornal local WPVI, Bobbitt disse que nunca teve acesso irrestrito ao montante arrecadado, doado por ao menos 14 mil pessoas em nove meses de campanha, e que o casal controlava cada centavo gasto.
O casal, por sua vez, disse ter dado ao sem-teto ao menos 200 mil dólares nos últimos meses, enquanto ele diz que o valor recebido não passou de 75 mil, incluindo um trailer e uma picape que foram comprados em nome de McClure e D’Amico.
Segundo a dupla, o dinheiro ficou em seu poder em razão do suposto vício em drogas de Bobbitt e que teriam combinado de repassar o valor assim que ele conseguisse um emprego. No meio da confusão, o sem-teto, que até então estava vivendo no trailer colocado na propriedade de familiares do casal, foi expulso do terreno e voltou para as ruas.
Nesta semana, um juiz de Nova Jérsei ordenou que o casal prestasse contas sobre o valor arrecadado e que o montante fosse entregue aos advogados de Bobbitt para ser guardado em um fundo em seu nome. O casal já disse que irá abrir as contas para o perito apontado pela corte. “Não julguem antes da hora”, enfatizou o advogado que os representa.