EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - Na véspera da convenção nacional do DEM, o impasse entre o partido e o PSDB sobre a vaga de vice na chapa encabeçada pelo tucano José Serra na corrida presidencial continuava nesta terça-feira.
Líderes do PSDB e do DEM realizaram mais uma reunião para tratar do assunto em São Paulo, depois que a escolha do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para a vice causou uma crise entre as duas legendas. O DEM reivindica o posto, e ainda afirma que não foi consultado. PTB e PPS, também partidos da coligação que sustenta a candidatura de Serra, dizem que foram ouvidos pelo PSDB e aprovaram a indicação.
Perguntado por jornalistas se as duas siglas haviam chegado a um consenso, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), negou. No entanto, ponderando que as conversas continuarão nesta terça, disse estar "completamente otimista".
"Vamos dar tempo ao tempo. Não se faz política com precipitação", acrescentou o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Tem que conversar muito."
Para ele, há tempo suficiente para se resolver o assunto antes da convenção nacional do DEM, agendada para a manhã de quarta-feira, em Brasília. "Não está em jogo só pessoas, é um processo histórico."
Casamento em crise
Presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) também pregou o entendimento entre as duas legendas. Reafirmou, entretanto, que os dois partidos devem estar dispostos a "avançar e recuar".
"O casamento está em crise, mas todas as crises precisam de maturidade para que sejam superadas", disse, acrescentando que o DEM "deve e pode" indicar o vice de Serra.
"O nome é o menos importante", sublinhou.
Maia informou que representantes das duas legendas continuarão buscando um acordo durante esta noite em Brasília.
"O Democratas tem toda vontade de estar nessa aliança... (mas) o partido precisa estar unido. O partido não pode ir para a convenção desunido", ponderou o parlamentar.
Uma ala do DEM defende o apoio incondicional a Serra, enquanto outra, mais radical, exige a indicação do vice pelo partido.
Participaram também do encontro o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM), o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen e o tucano Aloysio Nunes Ferreira, candidato ao Senado em São Paulo. A reunião durou cerca de três horas.