Mundo

Secretários de Trump descartam nova lei contra o terrorismo

Os legisladores americanos analisam se devem renovar ou revogar a"Autorização para o Uso da Força Militar" aprovada em 14 de setembro de 2001

Isto daria ao Congresso a oportunidade de retomar sua autoridade constitucional em assuntos de guerra e paz (Khalid al Mousily/Reuters)

Isto daria ao Congresso a oportunidade de retomar sua autoridade constitucional em assuntos de guerra e paz (Khalid al Mousily/Reuters)

A

AFP

Publicado em 31 de outubro de 2017 às 08h42.

O secretario americano da Defesa, Jim Mattis, e o secretário de Estado, Rex Tillerson, reafirmaram nesta segunda-feira que não é necessária uma nova autorização do Congresso para que as forças dos EUA enfrentem os extremistas islâmicos no exterior.

Os legisladores americanos analisam se devem renovar ou revogar a"Autorização para o Uso da Força Militar" (AUMF, sigla em inglês), aprovada em 14 de setembro de 2001, três dias após os ataques do 11 de Setembro.

Isto daria ao Congresso a oportunidade de retomar sua autoridade constitucional em assuntos de guerra e paz, mas Mattis e Tillerson afirmaram à Comissão de Relações Exteriores do Senado que qualquer decisão agora será prematura e desnecessária.

O governo de Donald Trump "não busca" obter uma nova lei autorizando o uso da força, garantiu Tillerson em suas declarações.

Esta lei "continua sendo uma base sólida para as operações militares em curso contra uma ameaça em mutação", concordou Mattis.

Desde a aprovação da AUMF, três presidentes sucessivos se basearam nesta lei, que não limita a ação das forças americanas no tempo ou no espaço, para realizar operações contra grupos extremistas em todo o planeta.

Os críticos alegam que os presidentes George W. Bush, Barack Obama e agora Donald Trump excederam os termos da autorização inicialmente concebida para combater a Al-Qaeda, responsabilizada pelos ataques do 11 de Setembro.

Alguns legisladores estão pressionando seus colegas para que reafirmem, apesar da resistência da Casa Branca, o direito constitucional do Congresso de decidir quando e onde os Estados Unidos declararão guerra.

A AUMF "é uma pedra fundamental para as operações militares americanas", disse Mattis, explicando que seria contraproducente fixar limites de tempo e local para a luta contra um "inimigo mutante que não respeita as fronteiras internacionais".

"Qualquer nova expressão de unidade por parte do Congresso, seja sob a forma de uma AUMF ou não, representaria uma forte expressão da determinação dos Estados Unidos" na luta contra os movimentos islâmicos armados, declarou o secretário da Defesa.

Tillerson e Mattis destacaram que se os congressistas aprovarem uma nova lei, não será necessário anular a de 2001 e o novo texto não deverá incluir "qualquer restrição de tempo ou limite geográfico".

A questão voltou à tona após a emboscada no Níger que matou quatro assessores militares americanos e diante da constatação de que os Estados Unidos têm centenas de militares na África ocidental.

Depois da emboscada no Níger, "surgem dúvidas sobre a amplitude das operações militares americanas no mundo e sobre a justificativa legal destas intervenções", disse o senador democrata Tim Kaine.

Outro senador democrata, Ben Cardin, advertiu que existe uma crescente oposição a uma autorização militar indefinida que, essencialmente, dá o aval para uma "guerra global oculta sem fim".

Acompanhe tudo sobre:11-de-SetembroAtaques terroristasEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem