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Secretário-geral da ONU lança plano global contra os discursos de ódio

Para Antonio Guterres, campanhas contra o Pacto Migratório da ONU carregadas de histórias falsas transformam migrantes em bodes expiatórios

Antonio Guterres: o secretário-geral da ONU, na abertura da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (-/AFP)

Antonio Guterres: o secretário-geral da ONU, na abertura da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (-/AFP)

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AFP

Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 10h38.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 10h43.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lançou nesta segunda-feira um plano global de ação para lutar contra os discursos do ódio, uma praga "envenena" o debate sobre desafios importantes como a migração.

Guterres fez o anúncio durante a abertura da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

"O ódio faz parte agora da cultura dominante tanto nas democracias liberais como nos sistemas autoritários", disse.

"Alguns partidos e líderes políticos importantes cortam e pegam ideias procedentes dos extremos em sua própria propaganda e em suas campanhas eleitorais", completou, sem mencionar nenhum país em particular.

As declarações racistas e os discursos de ódio afetaram o clima político em vários países.

França e Alemanha ativaram sinais de alarme nas últimas semanas com o aumento dos atos antissemitas.

Guterres criticou também a campanha organizada contra o Pacto Migratório Mundial da ONU, um acordo não vinculante que busca melhorar a gestão dos fluxos migratórios.

"Vimos como o debate sobre a mobilidade, por exemplo, foi envenenado por histórias falsas que associam refugiados e migrantes com o terrorismo e os transformam em bodes expiatórios de todos os males da sociedade", lamentou.

Ele condenou "uma campanha insidiosa que busca afogar o Pacto Migratório Mundial sob uma torrente de mentiras sobre a natureza e o alcance do acordo".

O secretário-geral da ONU afirmou que esta campanha "fracassou".

Mas 17 países optaram pela abstenção ou votaram contra o documento durante a assembleia geral da ONU em dezembro passado e o texto gerou debates intensos, sobretudo na Europa, uma região muito expostas a fluxos de migrantes.

Para responder aos discursos de ódio, Guterres pediu a seu conselheiro especial para a prevenção de genocídios, o senegalês Adama Dieng, a "definição de uma estratégia através do sistema (das Nações Unidas) e a apresentação de um plano global de ação".

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