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Secretário do Tesouro dos EUA diz apoiar medidas de Macri

Jack Lew foi nos últimos meses uma espécie de fiador da abertura econômica e do ajuste encabeçado por Macri


	Jack Lew: secretário do Tesouro americano foi nos últimos meses uma espécie de fiador da abertura econômica e do ajuste encabeçado por Macri
 (Saul Loeb/AFP)

Jack Lew: secretário do Tesouro americano foi nos últimos meses uma espécie de fiador da abertura econômica e do ajuste encabeçado por Macri (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 21h00.

Buenos Aires - O secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, reforçou nesta segunda-feira, 26, em Buenos Aires seu apoio às medidas tomadas desde dezembro pelo presidente argentino, Mauricio Macri.

A Casa Rosada improvisou um encontro entre os dois na base militar de onde Macri viajou para a Colômbia, no fim da manhã, para acompanhar o acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A distribuição da fotografia dos dois faz parte de um esforço para sedimentar a aproximação entre os países, após 12 anos de afastamento durante o kirchnerismo.

Lew foi nos últimos meses uma espécie de fiador da abertura econômica e do ajuste encabeçado por Macri. O sinal mais forte da reviravolta nas relações políticas e econômicas foi a visita de Barack Obama à Argentina em março. Nela, o presidente americano classificou o argentino como uma referência regional pelo que havia feito em quatro meses.

Macri terminou logo depois de assumir com o controle cambial que durava desde 2011, o que levou a uma desvalorização de 30% no peso. Ele também diminuiu impostos sobre exportação nos setores de mineração e agropecuária.

Macri ainda tenta consumar um tarifaço ao derrubar retira subsídios aos serviços de gás, luz e água. O líder argentino enfrenta forte oposição dos sindicatos, que planejam um dia de greve geral para outubro como reação à inflação interanual acima de 40% e um desemprego de 9,3%.

O reajuste nos preços tem diminuído. Em agosto foi de 0,2%, em parte pelo bloqueio judicial ao tarifaço.

Lew foi quem em janeiro, no Fórum Social Mundial, em Davos, confirmou que os EUA suspendiam o veto aos créditos internacionais da Argentina com bancos de fomento.

Em fevereiro, posicionou-se a favor da oferta da Casa Rosada para terminar o confronto com os fundos abutres, credores da dívida argentina que não aceitaram as renegociações de 2005 e 2010 e exigiam pagamento total dos títulos. Ao anunciar a "boa-fé" da Argentina, Lew colocou pressão sobre a Justiça americana e acelerou um acerto, que veio em abril com o pagamento de US$ 9,3 bilhões.

Durante e após o encontro com Macri, Lew esteve acompanhado do ministro da Fazenda argentino, Alfonso Prat-Gay, com quem reuniu-se também à tarde, antes de palestrar em uma universidade de Buenos Aires.

Os dois anunciaram planos para compartilhamento de informação fiscal, essencial para a estratégia argentina de repatriar dólares e combater a lavagem de dinheiro.

"As conversas de hoje pretendem levar a uma cooperação para compartilhar informação tributária entre ambos países", disse Lew em um comunicado conjunto.

O americano saudou ainda o esforço argentino para adaptar-se às regras da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e mencionou metas conjuntas de combate ao narcotráfico.

Prat-Gay agradeceu os elogios e afirmou que a visita faz parte do projeto de "voltar a integrar o país ao mundo". Lew chega ao Brasil nesta terça-feira, 27, e depois passará por Colômbia e México. (Rodrigo Cavalheiro, correspondente)

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