Seca decorrente de mudanças climáticas faz tráfego cair 29% no Canal do Panamá
Estima-se que 5% do tráfego marítimo global passe pela região
Agência de notícias
Publicado em 16 de outubro de 2024 às 17h14.
O tráfego no Canal do Panamá caiu 29% no ano passado devido a uma seca severa ligada às mudanças climáticas, informou a operadora do canal nesta terça-feira à noite.
O volume de carga transportada pelo canal, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, caiu 17% em um ano, para 423 milhões de toneladas, acrescentou a autoridade do canal do país da América Central. Não foram divulgados números de receita para o ano.
Ao contrário do Canal de Suez, o Canal do Panamá é um canal de água doce alimentado por dois reservatórios. No ano passado, a região foi atingida pela sua pior seca em décadas, em parte alimentada pelo fenômeno El Niño, que causa aquecimento dos oceanos e faz com que os níveis dos reservatórios caiam.
Diante da escassez de água, a autoridade do canal reduziu o número de navios que podiam cruzar o canal diariamente de 38 para 22. A situação melhorou desde o início da estação chuvosa em maio.
Estima-se que 5% do tráfego marítimo global passa pelo Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos entre 1904 e 1914 para permitir que navios que viajam entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos evitassem a longa e perigosa rota ao redor do extremo sul da América do Sul.
A autoridade do canal espera que os negócios se recuperem em 2025. A empresa prevê receitas recordes de US$ 5,62 bilhões para o próximo ano, com base em 13.900 navios transportando 520 milhões de toneladas de mercadorias.