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Sebastián Piñera é o novo presidente do Chile

Com 98,44% das urnas apuradas, Sebastián Piñera tinha 54,57% dos votos, contra 45,43% para o senador Alejandro Guillier

Sebastián Piñera: novo presidente, que assumirá em 11 de março, teve cerca de 200 mil votos a mais do que em 2009, sua primeira eleição (Ivan Alvarado/Reuters)

Sebastián Piñera: novo presidente, que assumirá em 11 de março, teve cerca de 200 mil votos a mais do que em 2009, sua primeira eleição (Ivan Alvarado/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 06h32.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 18h54.

O direitista Sebastián Piñera foi o vencedor das eleições presidenciais chilenas, contra o governista Alejandro Guillier, o que representa o retorno da direita ao governo pela segunda vez em meio século, e uma mudança no mapa político da América Latina.

Com 99,7% das urnas apuradas, Piñera tinha 54,50% dos votos, contra 45,42% para o senador independente por Antofagasta.

Será a segunda vez que a socialista Michelle Bachelet irá passar a faixa presidencial para o magnata, que governou o Chile entre 2010 e 2014.

"No primeiro turno recebemos menos votos do que acreditávamos e no segundo mais votos do que acreditávamos", celebrou Piñera.

Guillier cumprimentou Piñera e reconheceu a "dura derrota". "Seguiremos trabalhando pelo Chile que queremos", afirmou.

Para o candidato da Nova Maioria governista, a derrota foi "mais profunda" do que o esperado. Ele convocou a centro-esquerda a defender as reformas sociais promovidas pela socialista Michelle Bachelet.

Nos arredores do hotel do centro de Santiago onde o comando de Piñera aguardava a divulgação dos resultados, partidários eufóricos se concentravam.

"É uma vitória maior do que o esperado", disse o senador Juan Antonio Coloma, do Chile Vamos, movimento de direita que apoia o empresário, dono de uma fortuna de 2,7 bilhões de dólares, segundo a "Forbes".

Estimava-se um resultado mais estreito entre Piñera e Guillier, jornalista que entrou para a política há quatro anos, depois de décadas como um bem-sucedido comunicador.

"É surpreendente, mas as chances de Guillier dependiam da participação", disse à AFP o cientista político Marcello Mella, da Universidade de Santiago.

Bachelet ligou para o presidente eleito para felicitá-lo pela vitória e em uma conversa exibida na televisão propôs a continuidade da "tradição republicana" com um café da manhã nesta segunda-feira.

Abstenção determinante

No primeiro turno, em 19 de novembro, Piñera, 68, obteve 36,6% dos votos (muito menos do que o esperado), frente aos 22% do ex-jornalista, que teve dois pontos percentuais a mais do que a candidata da Frente Ampla (esquerda radical), Beatriz Sánchez, cujos eleitores tinham a chave destas eleições.

"O problema de Guillier era mobilizar os diferentes mundos que se moviam dentro da esquerda, o que não aconteceu", explicou Mella.

O novo presidente, que assumirá em 11 de março, teve cerca de 200 mil votos a mais do que em 2009, sua primeira eleição, segundo dados preliminares.

No segundo turno votaram mais de 7 milhões dos 14,3 milhões de eleitores registrados, quase 300.000 a mais que no primeiro turno de 19 de novembro.

Governar sem maioria

Piñera, uma magnata com fortuna calculada em 2,7 bilhões de dólares segundo a revista Forbes, terá que governar sem maioria.

Embora seu movimento 'Chile Vamos' tenha sido o mais votado nas legislativas de novembro, com a eleição de 72 deputados, não conquistou a maioria absoluta em um Parlamento fortemente fragmentado com a entrada da Frente Ampla, a esquerda radical, que conseguiu a eleição de 20 deputados e um senador.

Também enfrentará os 43 deputados da Força da Nova Maioria, o movimento que apoiou Guillier, e os 14 deputados da Democracia Cristã, que até agora integraram a coalizão governante.

Giro para a direita

Assim como em países como Brasil, Argentina e Peru, os chilenos deram um giro para a direita. As eleições de novembro haviam se convertido em um plebiscito sobre as reformas empreendidas pela socialista Bachelet, única mulher ainda governante na América Latina.

Embora o movimento Chile Vamos, do presidente eleito, tenha sido a força mais votada nas eleições legislativas de novembro, Piñera não contará com a maioria para governar, e terá que fazer um pacto com outras forças para levar adiante qualquer reforma.

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