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Se Estados Unidos atacar, aliados serão "consumidos por fogo", ameaça Irã

Tensão entre os países aumentou nos últimos dias com derrubada de drone americano pelo Irã e ameaça de retaliação dos Estados Unidos

Presidente do Irã, Hassan Rouhan (Official President website/Handout/Reuters)

Presidente do Irã, Hassan Rouhan (Official President website/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de junho de 2019 às 09h54.

Última atualização em 22 de junho de 2019 às 17h15.

O Irã advertiu neste sábado (22) os Estados Unidos que qualquer ataque contra seu território teria consequências devastadoras para os seus interesses na região, depois que o presidente americano cancelou ataques de retaliação contra a República Islâmica.

"Atirar uma bala em direção ao Irã irá provocar a destruição dos interesses da América e de seus aliados" na região, declarou o general de brigada Abolfazl Shekarchi, porta-voz do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas iranianas em uma entrevista à agência Tasnim.

O presidente americano Donald Trump disse na sexta-feira que cancelou no último minuto ataques contra o Irã para evitar um número alto de vítimas, mas manteve suas ameaças de represálias contra Teerã, que abateu um dia antes um drone dos Estados Unidos.

"Estávamos armados e prontos para revidar (na) noite (de quinta para sexta-feira) contra três locais diferentes quando perguntei quantas (pessoas) iriam morrer", contou no Twitter. "150 pessoas, senhor, foi a resposta de um general. 10 minutos antes do ataque, eu o parei, seria desproporcional comparado a um ataque a um drone".

Apesar de repetirem que não querem uma guerra, a escalada e os vários incidentes no Golfo fazem temer um confronto direto entre Estados Unidos e Irã.

Trump reafirmou que não quer a guerra com o Irã, mas garantiu que, se ela acontecesse, causaria "uma aniquilação como nunca vista antes".

O general Shekarchi afirmou por sua vez que "se o inimigo (...) cometer o erro" de atacar, "a América, seus interesses e os de seus aliados serão consumidos pelo fogo" que ele terá contribuido para acender.

Sobre o drone, o Irã alega ter "provas irrefutáveis" de que o aparelho entrou no espaço aéreo e escreveu ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar uma ação "de provocação" e "muito perigosa" dos EUA.

Washington afirma que a aeronave foi atingida no espaço aéreo internacional e pediu a reunião na segunda-feira do Conselho de Segurança da ONU.

Diante de escalada, as companhias aéreas KLM, Qantas, Singapore Airlines, Malaysia Airlines e Lufthansa acompanharam as empresas americanas optando por evitar voar sobre o Golfo de Omã e o Estreito de Ormuz, um ponto de passagem estratégico para o fornecimento global de petróleo na região do Golfo.

As tensões não pararam de aumentar desde a retirada americana, em maio de 2018, do acordo internacional sobre a energia nuclear do Irã, seguida pela reintrodução das sanções contra o Irã.

A situação piorou com ataques a petroleiros na região do Golfo em maio e junho, e dos quais Washington acusa Teerã, que nega.

No domingo, o ministro britânico encarregado do Oriente Médio, Andrew Murrison, visitará o Irã para discutir com as autoridades as tensões crescentes no Golfo, anunciou neste sábado o ministério das Relações Exteriores.

Ele "vai pedir uma desescalada urgente desta crise". Também vai expressar a preocupação de Londres diante do "papel desempenhado por Teerã na região e sua ameaça de parar de respeitar o acordo nuclear", explicou o Foreign Office.

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