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Scotland Yard defende detenção de brasileiro em Londres

A Polícia Metropolitana de Londres considerou que a detenção de Miranda foi válida "legalmente e em nível de procedimento"


	David Miranda (d) e o jornalista Glenn Greenwald (c): a Polícia Metropolitana defendeu uso da legislação antiterrorista na detenção de Miranda por nove horas
 (Ricardo Moraes/Reuters)

David Miranda (d) e o jornalista Glenn Greenwald (c): a Polícia Metropolitana defendeu uso da legislação antiterrorista na detenção de Miranda por nove horas (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 06h32.

Londres - A Polícia Metropolitana de Londres (Met) defendeu a legalidade da detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista que divulgou as denuncias feitas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, no aeroporto de Heathrow, indicou nesta terça-feira a "BBC".

Em um comunicado emitido na noite de ontem, a Scotland Yard fugiu das críticas e da polêmica criada em torno da detenção do brasileiro durante nove horas no último domingo, quando o mesmo fazia uma escala em Londres, procedente de Berlim, em um voo com direção ao Rio de Janeiro, onde vive com seu companheiro, o jornalista do "The Guardian" Glenn Greenwald.

A Met considerou que a detenção de Miranda foi válida "legalmente e em nível de procedimento", além de ter negado a notícia de que as autoridades britânicas não teria dado o direito do brasileiro recorrer a um advogado, como informou a imprensa do país.

A detenção, em virtude da lei antiterrorista britânica, provocou o protesto das autoridades brasileiras, que consideraram a detenção do companheiro de Greenwald como "injustificável", tendo em vista que o indivíduo não era alvo de nenhuma acusação.

Em entrevista publicada hoje no "The Guardian", Miranda explicou que teve "sua vida" interrogada por seis agentes, enquanto Greenwald qualificou a detenção como um "profundo ataque à liberdade de imprensa" e que a mesma envia "uma mensagem de intimidação aos que apresentaram informações sobre a NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA) e a GCHQ (centro britânico de escutas)".

A Polícia Metropolitana, por sua parte, defendeu uso da legislação antiterrorista neste caso e disse que se tratou de um procedimento "revisado de ponta a ponta para assegurar que o interrogatório era tanto necessário como proporcional".

"Nossa avaliação é que a aplicação do poder (que confere essa legislação) neste caso foi válida legalmente e em nível de procedimento", indicou a Met, que esclareceu que, "ao contrário do que foi publicado, ofereu uma representação legal durante o interrogatório com um advogado".

O diretor de "The Guardian", Alan Rusbridger, revelou hoje que manteve vários encontros com "figuras misteriosas do Whitehall (dos escritórios governamentais)", ressaltando que chegou a receber um pedido para que "destruísse todo o material relacionado com Edward Snowden".

Rusbridge também assinalou como dois agentes do GCHQ supervisionaram a destruição de discos rígidos do jornal.

Ontem, o governo britânico declarou que é a polícia que decide quando é "necessário e proporcional" a aplicação da lei antiterrorista, que dá permissão às autoridades deter e interrogar indivíduos em aeroportos, portos e zonas fronteiriças.

David Miranda foi liberado após 9 horas de retenção, o tempo máximo permitido para deter uma pessoa sem apresentar uma acusação, mas ainda teve confiscado os equipamentos eletrônicos que levava em sua bagagem.

Desde o último dia 5 de junho, Glenn Greenwald escreveu uma série de artigos nesse no citado jornal britânico para descrever os programas de vigilância que a Agência Nacional de Segurança Americano (NSA) mantém na internet. 

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