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Saúde foi o setor que mais gerou empregos no 1º semestre

Geração de empregos na área foi de 2,8 milhões, enquanto construção e manufaturas perderam mais de 5 milhões de postos de trabalho

Clínica em Israel: além da saúde, empregos na administração pública e educação cresceram (Uriel Sinai/Getty Images)

Clínica em Israel: além da saúde, empregos na administração pública e educação cresceram (Uriel Sinai/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 10h21.

Genebra - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) advertiu nesta quarta-feira que a recuperação do emprego no primeiro semestre de 2010 foi desigual nos diferentes setores e destacou que a área de saúde foi a responsável pela criação de mais postos de trabalho.

Enquanto este setor gerou quase 2,8 milhões de empregos no semestre, os de construção e indústria manufatureira perderam, no total, mais de 5 milhões de postos de trabalho, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses dados constam em um relatório publicado nesta quarta-feira pela OIT que analisa 13 setores trabalhistas em 51 países ricos e em desenvolvimento.

Segundo o documento, "a economia mundial parece ter ingressado em uma fase na qual a divergência e volatilidade de vários mercados trabalhistas aumentaram de maneira significativa".

Além disso, "continua existindo uma grande incerteza sobre a estabilidade da recuperação", disse Elizabeth Tinoco, diretora do departamento de atividades setoriais da OIT.

"Estas tendências também foram observadas através de diferentes setores e variam de país para país. Elas existem não só nas nações desenvolvidas, mas também em economias emergentes fortes, como China, África do Sul e Brasil", ressaltou.


Além de uma perda líquida dos postos de trabalho na construção e na indústria manufatureira, o relatório da OIT revela que a recuperação progride lentamente no setor de comércio atacadista e varejista, assim como no de transportes, armazenamento e comunicações.

Estes setores continuam dependendo em grande medida da volatilidade tanto dos mercados nacionais quanto da exportação, assim como da intermediação financeira, destaca o texto.

A nível mundial, os níveis de emprego no primeiro trimestre de 2010 estavam 1,4% abaixo dos do mesmo período de 2009, e melhoraram um pouco no segundo trimestre deste ano.

Segundo o relatório, estes dados demonstram que "a indústria ainda está atravessando reestruturações", em particular nos Estados Unidos e no Reino Unido.

No entanto, nem todos os setores estão perdendo empregos, já que, além da área de saúde, administração pública e educação continuaram crescendo no primeiro semestre de 2010, embora em um ritmo menos acelerado.

A educação gerou quase 138 mil postos de trabalho no segundo trimestre de 2010, em comparação com o mesmo período do ano passado, e a administração pública cresceu de maneira mais lenta no segundo trimestre deste ano, com a criação de 134.830 empregos.

Os níveis de emprego também aumentaram nos setores de hotelaria e restauração (1,5% no segundo trimestre de 2010, em comparação com 2009) e de serviços imobiliários, aluguel e empresariais (1,1%).

No que se refere à agricultura, este setor permaneceu forte em todas as regiões no primeiro semestre de 2010 em relação a 2009, e apresentou alguma volatilidade a nível mundial no primeiro trimestre do ano (-1,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior).

A OIT acrescentou que as horas de trabalho aumentaram nos dois primeiros trimestres de 2010 - após cair em 2009 - em quase todos os setores, com exceção da agricultura, da silvicultura e da pesca.

No entanto, ressalta que "todos os setores apresentam um panorama incerto para o segundo semestre de 2010".

"Uma das incertezas que enfrentamos é o que acontecerá com o consumo privado nos países desenvolvidos", disse Tinoco.

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