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Satélites detectam indícios de avião desaparecido

Objetos detectados por satélites no Oceano Índico, a oeste da Austrália, representam indícios de destroços do avião da Malaysia Airlines, segundo governo malaio

Passageira lê mensagens de apoio aos desaparecidos do voo MH370: possíveis destroços estão a 2.500 km ao sudoeste do balneário australiano de Perth (Mohd Rasfan/AFP)

Passageira lê mensagens de apoio aos desaparecidos do voo MH370: possíveis destroços estão a 2.500 km ao sudoeste do balneário australiano de Perth (Mohd Rasfan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2014 às 12h23.

Camberra - Objetos de grande tamanho detectados por satélites no Oceano Índico, a oeste da Austrália, representam indícios de destroços do avião da Malaysia Airlines que desapareceu há 12 dias com 239 pessoas a bordo, segundo o governo da Malásia.

Um dos objetos tem 24 metros de comprimento, o outro é menor, informou John Young, funcionário da Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA).

As imagens são manchadas, mas "o importante é que são objetos relativamente grandes cobertos de água que emergem à superfície e desaparecem", disse o especialista.

Os possíveis destroços estão a 2.500 km ao sudoeste do balneário australiano de Perth, em uma vasta zona isolada, "um verdadeiro pesadelo logístico", explicou o ministro da Defesa australiano, David Johnston.

"São informações sérias e críveis", anunciou no Parlamento o primeiro-ministro australiano, Tony Abbot.

As autoridades da Malásia, muito criticadas pelos familiares dos desaparecidos pela gestão da crise, afirmaram que as imagens representam um "indício crível" na busca.

"Agora temos um indício crível", disse o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista no aeroporto de Kuala Lumpur.

Mas ele disse que a informação ainda precisa ser corroborada e verificada.

Um barco norueguês, o "St Petersburgo", chegou nesta quinta-feira à região apontada do Oceano Índico e está procurando os possíveis destroços, anunciou o armador Höegh Autoliners.

Mas um porta-voz da empresa, Chreistian Dall, disse que a margem de busca nesta quinta-feira, no entanto, é reduzida.

"Nesta região, o sol se põe dentro de uma hora mais ou menos", afirmou às 11H00 GMT (8H00 de Brasília).

No caso de confirmação de que os objetos são destroços do Boeing 777, acabaria o grande mistério sobre a rota do avião, que decolou de Kuala Lumpur em 8 de março rumo a Pequim, uma direção totalmente oposta e a milhares de quilômetros desta zona marítima.


O avião fez um último contato com a torre de controle antes de mudar de direção e desaparecer sem deixar rastro, em uma manobra supostamente deliberada.

"Para os familiares, em todo o mundo, a única parte de informação que desejam é a que simplesmente não temos: a localização do MH370", admitiu o ministro malaio.

Mas ele disse que as operações de busca e resgate do voo prosseguirão em todas as áreas.

Atualmente a busca conta com a participação de 18 navios, 29 aviões e seis helicópteros, ao longo de dois grandes corredores, um no Oceano Índico sul e outro na Ásia central e do sul.

Pistas falsas

A busca internacional foi afetada por várias pistas falsas e Abbot pediu calma, sem conclusões precipitadas.

As autoridades malaias receberam muitas críticas pela condução da investigação, sobretudo dos parentes das pessoas que estavam no avião.

Um grupo de familiares chineses conseguiu burlar na quarta-feira o rígido controle das autoridades malaias e entrou na entrevista coletiva diária das autoridades do país em um hotel próximo do aeroporto de Kuala Lumpur.

Entre gritos e lágrimas, os familiares exibiam uma faixa com a frase "Devolvam nossos parentes". Também acusaram o governo malaio de esconder informações e não fazer nada para encontrar a aeronave.

Nesta quinta-feira, a segurança no hotel foi reforçada para impedir novos protestos.

Peter Weeks, que tinha um irmão, Paul, de 39 anos, no avião, disse que nenhum representante do governo malaio entrou em contato oficialmente com as famílias.

"A informação que temos não é melhor que aquela que aparece na imprensa", disse ao canal CNN.

Uma fonte americana disse à AFP que a Malásia pediu ajuda ao FBI para tentar recuperar dados destruídos no simulador de voo encontrado na casa do piloto do Boeing 777, o capitão Zaharie Ahmad Shah.

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