Satélite revela maré negra no Golfo três vezes maior
Miami - A mancha de petróleo provocada pelo afundamento de uma plataforma no Golfo do México é pelo menos três vezes maior do que se previa inicialmente, segundo um pesquisador da Universidade de Miami, que se baseia em imagens de satélites. "De acordo com as últimas imagens de satélites que recebemos, o tamanho do derramamento […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Miami - A mancha de petróleo provocada pelo afundamento de uma plataforma no Golfo do México é pelo menos três vezes maior do que se previa inicialmente, segundo um pesquisador da Universidade de Miami, que se baseia em imagens de satélites.
"De acordo com as últimas imagens de satélites que recebemos, o tamanho do derramamento é três vezes maior" que o estimado anteriormente, disse Hans Graber, diretor de um centro de análises de imagens por satélites (CSTARS) da Universidade de Miami.
As últimas medições desse centro de análises, realizadas com imagens feitas no dia 29 de abril, mostraram que a dimensão do derramamento era mais de três vezes maior que a estimativa anterior, disse o pesquisador.
Em 29 de abril, a mancha tinha 9 mil km², disse Graber, três vezes mais que o observado na medição do dia 26 de abril, quando alcançava cerca de 2,6 km², indicou.
O pesquisador explicou que as novas imagens tiradas pelo CSTARS não permitem observar a totalidade da superfície ocupada pelo petróleo, mas apenas algumas partes.
"Estamos esperando novas imagens, esta noite ou amanhã, para fazer novos cálculos do tamanho do derramamento", acrescentou.
"Como a mancha cresce a todo o instante, o esperado é que seja ainda maior do que a atual estimativa", completou o pesquisador.
A maré negra ameaça centenas de quilômetros de zonas litorâneas nos estados de Louisiana, Mississippi, Alabama e Florida, região que representa 40% da zona pantanosa do país.
Uma parte das águas do Mississippi, o maior rio do país, estava sendo desviada em direção às áreas pantanosas para conter a mancha, declarada "catástrofe nacional" pelo governo.
"Para as aves é o pior momento: é o período de reprodução e de nidificação", observou Melanie Driscoll, da organização ecologista Audubon Society. A região costeira da Louisiana constitui um santuário da fauna.
Segundo o presidente americano, Barack Obama, que visitará a área afetada neste domingo, 1.900 funcionários federais e 300 embarcações e aeronaves trabalham na região.
Ao menos 84 km de diques flutuantes foram mobilizados para tentar conter a maré negra e 3,8 milhões de litros de óleo misturado com água já foram retirados do mar.
A cada dia, o vazamento joga no mar cerca de 5 mil barris de petróleo (800 mil litros), no que pode se transformar na maior crise ecológica vivida pelos Estados Unidos.