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Sarkozy vai cortar 10 bi de euros do orçamento

Redução está relacionada a gastos com deduções fiscais do governo e projetos sociais, mas presidente francês não especificou as áreas que serão afetadas

O presidente francês Nicolas Sarkozy: corte deve começar a ser aplicado a partir de setembro (.)

O presidente francês Nicolas Sarkozy: corte deve começar a ser aplicado a partir de setembro (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Paris - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou hoje que seu Governo cortará ou suprimirá deduções "fiscais" e gastos "sociais" no valor de 10 bilhões de euros a partir deste ano.

Sem especificar quais das exonerações atualmente vigentes serão afetadas, o presidente incluiu esta medida em um conjunto de propostas destinadas a cumprir seus objetivos de redução do déficit público.

Ele confirmou que o corte será aplicado já no outono local (primavera no Brasil), tal como consta do comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu ao término da reunião de trabalho extraordinária que Sarkozy manteve com seu primeiro-ministro, François Fillon, e os titulares de Economia, Christine Lagarde, e de Orçamento, François Baroin.

Alguns meios de comunicação destacam entre as exonerações que se verão afetadas os subsídios para a compra de casas e as qualificadas de 'verdes'.

Nesse segundo grupo se incluem, por exemplo, as subvenções para a instalação de equipamentos ecológicos - como as placas de energia solar que reduzem o consumo elétrico - e as destinadas aos biocombustíveis.


O Executivo não forneceu detalhes no documento de conclusões do encontro de hoje, centrado exclusivamente na situação econômica e nas medidas contra a crise financeira internacional previstas para quando Sarkozy voltar de suas férias.

Além de estabelecer as ações concretas para reduzir o déficit público, a reunião de hoje - realizada na residência presidencial de verão, o Forte de Brégançon, no sudeste do país - serviu para que Sarkozy e seus ministros confirmassem a previsão de crescimento para este ano fixada em 1,4% e revisassem para baixo, de 2,5% para 2%, a do próximo ano.

"A perspectiva de crescimento de 1,4% será alcançada ou superada em 2010", enquanto no ano seguinte se situará em 2%, ressalta a nota do Governo.

Para o presidente, acrescenta, a redução do déficit público dos atuais 8% para 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e para 3% em 2013 "constitui um objetivo principal para o país", independentemente de qual seja o nível de crescimento.

A redução do déficit deverá manter a atual política de austeridade e cortando os gastos públicos, com iniciativas como a supressão ou redução de deduções fiscais, o corte de 10% das despesas com a máquina estatal daqui até 2013 e a manutenção do programa de "não substituição" do funcionalismo - apenas um funcionário no lugar de dois que se aposentam.

No entanto, "não aumentarão nem o imposto sobre a renda, nem o IVA (imposto sobre transações) nem o imposto de sociedades" e se manterá o valor das transferências do Estado às coletividades territoriais.


A importância dessa reunião econômica levou Sarkozy a interromper suas férias, com o objetivo de preparar as atividades do Governo quando retornar ao trabalho.

O primeiro Conselho de Ministros já será na semana que vem, no dia 25. No início de setembro começará o debate parlamentar sobre a controversa reforma da previdência, uma das prioridades de Sarkozy.

Seu ministro do Trabalho, Éric Woerth - envolvido no escândalo financeiro e político em torno da fortuna de Liliane Bettencourt, herdeira de L'Oréal e uma das mulheres mais ricas da França -, será o encarregado de defender na Assembleia Nacional a polêmica reforma, muito criticada pelos sindicatos.

Entre as propostas da reforma, está a extensão em dois anos da idade de aposentadoria, dos atuais 60 anos para 62.

Woerth está na apostas da mídia como um dos possíveis alvos da remodelação do Gabinete que Sarkozy anunciou para outubro. Segundo a imprensa, essa mudança também poderia atingir o primeiro-ministro Fillon, para cujo posto se cogita o nome da atual titular de Justiça, Michèle Alliot-Marie.

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