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Sarkozy e Hollande trocam farpas em debate decisivo

Ambos deixaram para trás a agressividade dos comícios de campanha para confrontar seus planos de governo para a França e Europa

''Senhor Hollande, não estamos em um concurso de brincadeiras'', chegou a dizer o atual chefe de Estado ao rival e favorito ao pleito (©AFP / Eric Feferberg)
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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2012 às 20h31.

Paris - Os dois candidatos à presidência francesa, o conservador Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande, protagonizaram nesta quarta-feira um debate decisivo na televisão, no qual cruzaram números e trocaram farpas, o primeiro se vangloriando da própria experiência e o segundo criticando a situação do país decorrente da atual administração.

Ambos deixaram para trás a agressividade dos comícios de campanha para confrontar seus planos de governo para a França e Europa. Este primeiro e único tête-à-tête antes das eleições do próximo domingo foi marcado pela ironia do candidato socialista e pelo controle dos números de Sarkozy, que em mais de uma ocasião reprovou seu oponente por se equivocar nos dados apresentados como referência.

''Senhor Hollande, não estamos em um concurso de brincadeiras'', chegou a dizer o atual chefe de Estado ao rival e favorito ao pleito, segundo todas as pesquisas, que estimam 53% das intenções de voto ao socialista, seis pontos a mais que a Sarkozy.

Diante da dificuldade dos moderadores do debate de fazer respeitar o turno de palavra em alguns momentos, o socialista expressou seu desejo de ser o futuro presidente da Justiça e clamou pela união civil, enquanto Sarkozy minimizou a retórica do adversário e pediu aos eleitores que analisem diretamente os respectivos programas.

A crise econômica marcou a fala de ambos. Sarkozy destacou que a França conseguiu enfrentá-la melhor que os países vizinhos do Sul europeu, enquanto Hollande buscou criticar o presidente por dissimular a degradação do país com a comparação com outras nações em situação pior.


O socialista ressaltou que o desemprego abala 10% da população economicamente ativa da França e criticou a degradação da competitividade e o aumento em ''600 bilhões'' de euros da dívida pública nos cinco anos de Presidência Sarkozy, mas o dado foi corrigido pelo atual líder, que o rebaixou a 500 bilhões e se perguntou como estaria a França se não houvesse aplicado reformas.

''Os franceses que nos olham hoje querem estar na situação dos espanhóis?'', questionou Sarkozy retoricamente, após sustentar que a França leiloou títulos da dívida pública a taxas de juros que representam metade das pagas pela Espanha.

Imigração, religião, educação e energia fizeram parte dos temas abordados em quase três horas de debate, que começou pontualmente às 21h locais (16h de Brasília), mas, da mesma forma que no resto da campanha, a economia se manteve como assunto principal de análise.

Nenhum dos dois perdeu a oportunidade de fazer grandes anúncios surpresa, e nessa linha, o socialista reiterou sua intenção de renegociar o pacto orçamentário europeu para incluir medidas que impulsionem o crescimento, e se congratulou de que vários chefes de governo - entre os quais citou os da Espanha e Itália - ''estejam de acordo''.

Já Sarkozy acusou Hollande de, entre outras coisas, planejar ''uma loucura'' de despesas para o país, com propostas como a criação de 61 mil novos empregos públicos. ''Há uma diferença entre nós: o senhor quer menos ricos e eu menos pobres'', respondeu Sarkozy ao candidato socialista, que tinha criticado o mandato do atual presidente por, segundo ele, ter favorecido os mais privilegiados.

Sob o estrito controle de um relógio que media os tempos estipulados, Sarkozy ressaltou que a normalidade defendida por Hollande não está à altura ''dos desafios'' exigidos pelo cargo, para o qual voltou a se perfilar como presidente que responsável e preparado ''pela experiência das crises'' enfrentadas.

O tom das críticas esquentou conforme avançava o debate, no qual o presidente qualificou seu interlocutor como ''pequeno caluniador'', e aproveitou escândalos recentes para tachar de ''curioso'' o fato de que não se conhecesse ''a verdadeira cara'' do ex-dirigente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn.

Vinte minutos depois do previsto, a transmissão finalizou com a conclusão de Hollande de que os franceses têm diante de si a escolha ''singela'' de optar pela mudança ou pela manutenção de políticas ''que não funcionaram'', frente à última tentativa de Sarkozy de atrair um eleitorado que o rejeitou há duas semanas, no primeiro turno.

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Ambos deixaram para trás a agressividade dos comícios de campanha para confrontar seus planos de governo para a França e Europa. Este primeiro e único tête-à-tête antes das eleições do próximo domingo foi marcado pela ironia do candidato socialista e pelo controle dos números de Sarkozy, que em mais de uma ocasião reprovou seu oponente por se equivocar nos dados apresentados como referência.

''Senhor Hollande, não estamos em um concurso de brincadeiras'', chegou a dizer o atual chefe de Estado ao rival e favorito ao pleito, segundo todas as pesquisas, que estimam 53% das intenções de voto ao socialista, seis pontos a mais que a Sarkozy.

Diante da dificuldade dos moderadores do debate de fazer respeitar o turno de palavra em alguns momentos, o socialista expressou seu desejo de ser o futuro presidente da Justiça e clamou pela união civil, enquanto Sarkozy minimizou a retórica do adversário e pediu aos eleitores que analisem diretamente os respectivos programas.

A crise econômica marcou a fala de ambos. Sarkozy destacou que a França conseguiu enfrentá-la melhor que os países vizinhos do Sul europeu, enquanto Hollande buscou criticar o presidente por dissimular a degradação do país com a comparação com outras nações em situação pior.


O socialista ressaltou que o desemprego abala 10% da população economicamente ativa da França e criticou a degradação da competitividade e o aumento em ''600 bilhões'' de euros da dívida pública nos cinco anos de Presidência Sarkozy, mas o dado foi corrigido pelo atual líder, que o rebaixou a 500 bilhões e se perguntou como estaria a França se não houvesse aplicado reformas.

''Os franceses que nos olham hoje querem estar na situação dos espanhóis?'', questionou Sarkozy retoricamente, após sustentar que a França leiloou títulos da dívida pública a taxas de juros que representam metade das pagas pela Espanha.

Imigração, religião, educação e energia fizeram parte dos temas abordados em quase três horas de debate, que começou pontualmente às 21h locais (16h de Brasília), mas, da mesma forma que no resto da campanha, a economia se manteve como assunto principal de análise.

Nenhum dos dois perdeu a oportunidade de fazer grandes anúncios surpresa, e nessa linha, o socialista reiterou sua intenção de renegociar o pacto orçamentário europeu para incluir medidas que impulsionem o crescimento, e se congratulou de que vários chefes de governo - entre os quais citou os da Espanha e Itália - ''estejam de acordo''.

Já Sarkozy acusou Hollande de, entre outras coisas, planejar ''uma loucura'' de despesas para o país, com propostas como a criação de 61 mil novos empregos públicos. ''Há uma diferença entre nós: o senhor quer menos ricos e eu menos pobres'', respondeu Sarkozy ao candidato socialista, que tinha criticado o mandato do atual presidente por, segundo ele, ter favorecido os mais privilegiados.

Sob o estrito controle de um relógio que media os tempos estipulados, Sarkozy ressaltou que a normalidade defendida por Hollande não está à altura ''dos desafios'' exigidos pelo cargo, para o qual voltou a se perfilar como presidente que responsável e preparado ''pela experiência das crises'' enfrentadas.

O tom das críticas esquentou conforme avançava o debate, no qual o presidente qualificou seu interlocutor como ''pequeno caluniador'', e aproveitou escândalos recentes para tachar de ''curioso'' o fato de que não se conhecesse ''a verdadeira cara'' do ex-dirigente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn.

Vinte minutos depois do previsto, a transmissão finalizou com a conclusão de Hollande de que os franceses têm diante de si a escolha ''singela'' de optar pela mudança ou pela manutenção de políticas ''que não funcionaram'', frente à última tentativa de Sarkozy de atrair um eleitorado que o rejeitou há duas semanas, no primeiro turno.

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