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Sarkozy e Cameron: 'Kadafi deve deixar o poder imediatamente'

Líderes de França e Reino Unido querem que o Conselho Nacional de Transição assuma o poder para iniciar o processo democrático na Líbia

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e premiê britânico, David Cameron: unidos contra Kadafi (John Thys/AFP)

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e premiê britânico, David Cameron: unidos contra Kadafi (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2011 às 12h55.

Paris - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disseram nesta segunda-feira que o líder líbio Muammar Kadafi "deve deixar o poder imediatamente" porque "o regime atual perdeu toda a legitimidade".

Em declaração em conjunto, ambos pediram aos partidários de Kadafi para que "o abandonem antes que seja tarde demais".

"Chamamos todos os líbios que acreditam que Kadafi leva a Líbia à catástrofe a se mobilizarem obviamente para estabelecer um processo de transição", acrescentaram os dois líderes em sua mensagem.

Sarkozy e Cameron consideram que a transição "poderia ser organizada ao redor do Conselho Nacional de Transição líbio", entidade cujo "papel pioneiro" é reconhecido tanto pela França como o Reino Unido.

Ambos acrescentam que também podem participar desse processo os "representantes da sociedade civil e todos os que quiserem atuar no processo de transição rumo à democracia".

"Lhes exortamos a instaurar um diálogo político nacional que desemboque em um processo de transição representativo, uma reforma constitucional e a organização de eleições livres e regulares", disseram Sarkozy e Cameron.

No comunicado, ambos garantiram que a comunidade internacional vai acompanhar o povo líbio em direção a "um novo futuro" onde estará "libertado do jugo da violência e da opressão" e no qual "será livre para decidir seu próprio futuro".

A declaração foi divulgada na véspera da reunião em Londres dos ministros de Relações Exteriores de mais de 35 países e de representantes de ONU, Liga Árabe, União Africana, União Europeia e Otan.

Há "várias semanas, o povo líbio provou seu valor e determinação" e, "como todo povo, tem direito a escolher livremente por quem será dirigido", afirmaram Sarkozy e Cameron.

Ambos destacaram que "a ação militar não é um objetivo em si", e disseram que "a ocupação militar da Líbia" nunca foi uma meta.

"Não há solução mais duradoura que a política, e esta corresponde ao povo líbio. Neste contexto, o processo político que será aberto amanhã em Londres será crucial", asseguraram.

Os líderes de França e Reino Unido pediram também a "todos os participantes da conferência de Londres para que expressem seu mais firme apoio ao processo de transição".

"Durante a conferência, a comunidade internacional inteira terá a oportunidade de manifestar seu apoio ao povo líbio em sua luta para derrubar uma ditadura violenta", acrescentaram.

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