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Sarkozy é acusado por abuso de incapaz contra milionária

A justiça investiga se o dinheiro da herdeira da L'Oréal foi utilizado em proporções superiores aos limites autorizados para financiar a campanha de Sarkozy em 2007

Nicolas Sarkozy deixa a corte en Bordeaux, 21 de março, 2013: o abuso de incapaz prevê pena de até três anos de prisão e multa de 375 mil euros (Patrick Bernard/AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2013 às 10h16.

Bordeaux - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi denunciado nesta quinta-feira por "abuso de incapaz" no caso da milionária Liliane Bettencourt, indicou à AFP seu advogado Thierry Herzog, que anunciou a decisão de apelar "imediatamente".

Esta decisão do juiz de instrução Jean-Michel Gentil foi tomada em Bordeaux (sudoeste), depois de uma acareação da qual participaram, segundo fontes concordantes, pelo menos quatro membros da equipe de funcionários da milionária Liliane Bettencourt, herdeira da gigante mundial de cosméticos L'Oréal.

Herzog chamou a decisão de "incoerente no plano jurídico e injusta", e disse que apresentará "imediatamente" um recurso ao tribunal de apelações de Bordeaux para "pedir a anulação" do indiciamento.

Sarkozy, convocado em um caso de abuso de incapaz do qual Bettencourt teria sido vítima desde setembro de 2006, foi considerado testemunha assistida pelo juiz no dia 22 de novembro de 2012, após doze horas de audiência.

Ele sempre afirmou que havia visitado a casa de Bettencourt apenas uma vez durante sua campanha de 2007, para se reunir brevemente com André Bettencourt, marido da milionária, falecido em novembro do mesmo ano.

A partir de então, o juiz multiplicou as audiências com pessoas que trabalharam para Bettencourt, algumas das quais disseram ter visto Sarkozy várias vezes durante esse período e que havia se reunido com a milionária nessas ocasiões.


A justiça investiga se o dinheiro de Liliane Bettencourt, idosa psicologicamente frágil, foi utilizado em proporções superiores aos limites legalmente autorizados para financiar a campanha presidencial de Sarkozy em 2007, sem que ela tivesse dado o seu consentimento com plena consciência.

O abuso de incapaz prevê pena de até três anos de prisão e multa de 375 mil euros, além de cinco anos de inelegibilidade.

Sarkozy é o segundo ex-chefe de Estado francês, depois de Jacques Chirac, a ser denunciado penalmente.

Chirac foi condenado em 2011 a dois anos de prisão com liberdade condicional por envolvimento na criação de cargos fictícios quando era prefeito de Paris.

Nos últimos tempos, uma possível candidatura de Sarkozy às eleições presidenciais de 2017 vem agitando o mundo político francês e os meios de comunicação do país.

As primeiras reações ao indiciamento de Sarkozy, vindas dos partidários políticos do ex-presidente, apontam motivações políticas por trás da decisão da justiça.

Lionel Luca, deputado conservador do partido UMP, escreveu na sua conta no Twitter: "A única chance de vitória de François Hollande em 2017 é eliminar, de qualquer maneira, a possibilidade de candidatura do único adversário que pode derrotá-lo".

Ainda que seja inocentado, a denúncia compromete a eventual candidatura de Sarkozy contra Hollande nas presidenciais de 2017.

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Bordeaux - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi denunciado nesta quinta-feira por "abuso de incapaz" no caso da milionária Liliane Bettencourt, indicou à AFP seu advogado Thierry Herzog, que anunciou a decisão de apelar "imediatamente".

Esta decisão do juiz de instrução Jean-Michel Gentil foi tomada em Bordeaux (sudoeste), depois de uma acareação da qual participaram, segundo fontes concordantes, pelo menos quatro membros da equipe de funcionários da milionária Liliane Bettencourt, herdeira da gigante mundial de cosméticos L'Oréal.

Herzog chamou a decisão de "incoerente no plano jurídico e injusta", e disse que apresentará "imediatamente" um recurso ao tribunal de apelações de Bordeaux para "pedir a anulação" do indiciamento.

Sarkozy, convocado em um caso de abuso de incapaz do qual Bettencourt teria sido vítima desde setembro de 2006, foi considerado testemunha assistida pelo juiz no dia 22 de novembro de 2012, após doze horas de audiência.

Ele sempre afirmou que havia visitado a casa de Bettencourt apenas uma vez durante sua campanha de 2007, para se reunir brevemente com André Bettencourt, marido da milionária, falecido em novembro do mesmo ano.

A partir de então, o juiz multiplicou as audiências com pessoas que trabalharam para Bettencourt, algumas das quais disseram ter visto Sarkozy várias vezes durante esse período e que havia se reunido com a milionária nessas ocasiões.


A justiça investiga se o dinheiro de Liliane Bettencourt, idosa psicologicamente frágil, foi utilizado em proporções superiores aos limites legalmente autorizados para financiar a campanha presidencial de Sarkozy em 2007, sem que ela tivesse dado o seu consentimento com plena consciência.

O abuso de incapaz prevê pena de até três anos de prisão e multa de 375 mil euros, além de cinco anos de inelegibilidade.

Sarkozy é o segundo ex-chefe de Estado francês, depois de Jacques Chirac, a ser denunciado penalmente.

Chirac foi condenado em 2011 a dois anos de prisão com liberdade condicional por envolvimento na criação de cargos fictícios quando era prefeito de Paris.

Nos últimos tempos, uma possível candidatura de Sarkozy às eleições presidenciais de 2017 vem agitando o mundo político francês e os meios de comunicação do país.

As primeiras reações ao indiciamento de Sarkozy, vindas dos partidários políticos do ex-presidente, apontam motivações políticas por trás da decisão da justiça.

Lionel Luca, deputado conservador do partido UMP, escreveu na sua conta no Twitter: "A única chance de vitória de François Hollande em 2017 é eliminar, de qualquer maneira, a possibilidade de candidatura do único adversário que pode derrotá-lo".

Ainda que seja inocentado, a denúncia compromete a eventual candidatura de Sarkozy contra Hollande nas presidenciais de 2017.

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