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São Paulo ganha padrões de qualidade do ar mais rígidos

Na prática, um dia classificado pelo padrão antigo como de qualidade do ar "boa" poderá ser considerado “regular”, segundo os novos parâmetros

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 25 de abril de 2013 às 09h42.

São Paulo – Os padrões de qualidade do ar da região metropolitana de São Paulo estão mais rígidos. Um decreto publicado ontem pelo governo do Estado altera a medição das concentrações de poluentes na atmosfera a partir das quais é possível atestar prejuízos potenciais para a saúde humana.

A medida atende às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os padrões atuais tem mais de 20 anos e estavam até três vezes menos rígidos do que os estabelecidos pela OMS em 2005. Grosso modo, um dia classificado pelo padrão antigo como de qualidade do ar boa poderá ser considerado “regular”, segundo os novos parâmetros.

De acordo com a Cetesb, pelos padrões usados até hoje, a qualidade aceitável de poeira (material particulado) que os paulistanos respiram num dia é de 150 mg/m³. Ao passo, que pelas novas regras é de até 120 mg/m³ para o material particulado.

Os padrões mais rigorosos dirigem-se principalmente a cinco tipos de poluentes: dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, ozônio, material particulado 2,5 e chumbo. Além disso, o decreto 59.113, publicado nesta quarta-feira 24, no Diário Oficial do Estado, prevê nas áreas mais críticas, a necessidade de elaboração de um plano de controle de fontes fixas e móveis.

Inimigos invisíveis

Relatório anual de qualidade do ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) revelou dados preocupantes esta semana: atualmente, a poluição de ozônio é a pior da década em São Paulo. Na prática, o paulistano ficou 98 dias respirando o poluente em níveis inadequados.

Ameaça imperceptível a olho nu, o ozônio não é emitido diretamente no ar, mas resultado de uma reação química, na presença da luz solar, envolvendo substâncias primárias como o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, como os hidrocarbonetos, poluentes liberados principalmente por automóveis.

Em contato com o organismo humano, o ozônio reage principalmente com a mucosa que reveste as vias respiratórias, oxidando-as. Ele altera essa proteção, diminuindo nossas defesas contra infecções. Como consequência, podem ocorrer infecções na região, agravamento de crises de asmas, rinites, sinusites, amidalites e bronquites.

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