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Santos troca cúpula militar da Colômbia após escândalo

O ministro da Defesa anunciou que comandante das Forças Armadas será substituído pelo general Juan Pablo Rodríguez, até então comandante do Exército

Presidente colombiano Juan Manuel Santos: “Consideramos oportuno e necessário realizar uma mudança na cúpula militar” (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

Presidente colombiano Juan Manuel Santos: “Consideramos oportuno e necessário realizar uma mudança na cúpula militar” (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 19h40.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, trocou nesta terça-feira sua cúpula militar, depois de um escândalo de corrupção no Exército, ligado a um processo penal por violações de direitos humanos.

“Consideramos oportuno e necessário realizar uma mudança na cúpula militar”, explicou Santos, ao indicar que o comandante das Forças Armadas, general Leonardo Barrero, deixou o posto “não por um ato de corrupção, mas por declarações desrespeitosas".

O presidente fez referência a uma declaração de Barreto, que recomendou que os militares detidos “não deixem de arruinar os filhos da puta fiscais, e de se armar como uma máfia para denunciá-los”, referindo-se a funcionários do Ministério Público, segundo interceptações de ligações divulgadas pela revista “Semana”, admitidas pelo próprio general.

Outros oficiais perderam o posto “porque sabiam das irregularidades e não fizeram nada”, informou Santos.

O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, anunciou que Barrero será substituído pelo general Juan Pablo Rodríguez, até então comandante do Exército.

O cargo de Rodríguez será ocupado pelo general Jaime Lasprilla, chefe do Omega, um grupo de elite anti-guerrilha.

“Não há elementos que provem atos de corrupção ou ponham em dúvida sua honra e seu bom nome. Mas ele cometeu uma imprudência utilizando expressões inaceitáveis, que causaram dano à instituição.”, informou Pinzón.

No total, cinco oficiais foram afastados.


Centenas de civis assassinados

As forças militares foram sacudidas esta semana pela revelação de uma rede de corrupção no setor de aviação do Exército. Uma investigação interna detectou dez casos de irregularidades administrativas em contratos realizados por essa divisão.

Segundo a “Semana”, parte do dinheiro obtido irregularmente teria sido destinada a “pagar funcionários presos, para mantê-los em silêncio” em investigações sobre assassinatos de centenas de civis, que depois de mortos eram apresentados como guerrilheiros, conhecidos na Colômbia como “falsos positivos”.

O vice-procurador-geral, Jorge Perdomo, disse na segunda-feira que as revelações tiveram origem em uma investigação do Ministério Público sobre os “falsos positivos”.

Durante esse inquérito, foram realizadas interceptações das ligações dos altos postos do Exército.

O país, com 47 milhões de habitantes, tem cerca de 400.000 militares e policiais, uma das maiores forças de segurança da região.

Além disso, o Exército colombiano recebe ajuda dos Estados Unidos para combater o narcotráfico, que desde 2000 supera 8 bilhões de dólares.

O orçamento de 2014 para a Defesa é de aproximadamente 13,5 bilhões de dólares, pouco menos de 15% do orçamento total da nação.

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