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Saneamento pode eliminar favelas em menos de uma geração

Quase 1 bilhão de pessoas, a maioria no sul da Ásia e na África, vivem em favelas, sem acesso a serviços básicos como água limpa e sanitários adequados


	Área sem saneamento: riqueza não deve ser condicionante para investir em água e saneamento, diz estudo
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Área sem saneamento: riqueza não deve ser condicionante para investir em água e saneamento, diz estudo (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 20h57.

Londres - Investir em água e saneamento pode erradicar a pobreza urbana e eliminar as favelas em menos de uma geração, afirmou um estudo publicado nesta quinta-feira.

Quase 1 bilhão de pessoas, a maioria no sul da Ásia e na África, vivem em favelas, sem acesso a serviços básicos como água limpa e sanitários adequados.

Fornecer água e saneamento a áreas empobrecidas é necessário para estimular o desenvolvimento econômico e pode ser feito em algumas décadas, segundo o estudo da instituição de caridade internacional Water Aid.

“O saneamento não chega com a prosperidade, ele estimula a prosperidade”, disse Barbara Frost, executiva-chefe da Water Aid, à Fundação Thomson Reuters nos bastidores de uma cúpula da água em Londres.

Cingapura e Coreia do Sul, países prósperos que enfrentavam desafios para controlar esgotos a céu aberto até algumas décadas atrás, agora providenciam água de qualidade e saneamento às suas populações.

Ambos conseguiram graças a uma liderança política forte, campanhas como a iniciativa “Mantenha Cingapura Limpa” e investimentos prioritários em água e saneamento, de acordo com o estudo.

“O foco (tem que ser) sair de condições como as das favelas, com esgotos a céu aberto e rios malcheirosos, para uma cidade moderna, e é isso que eles conseguiram em Cingapura”, disse Frost.

Embora a maioria das favelas esteja se espalhando ao redor das cidades nos países em desenvolvimento, a riqueza nacional não deveria ser uma condicionante para os investimentos em água e saneamento, afirma o documento.

Nos anos 1960, quando a Coreia do Sul começou a trabalhar no acesso universal a estes serviços, seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita era menor do que o de muitos países da África subsaariana.

Frost disse que Ruanda é um bom exemplo de como o progresso pode ser alcançado rapidamente quando o saneamento é transformado em uma prioridade.

“(Ruanda) está fazendo progressos enormes... e isso se dá em parte (graças a) uma liderança forte”, declarou Frost.

O país conseguiu proporcionar serviços de saneamento a 30 por cento a mais de sua população em somente uma década.

Globalmente, mais de 700 milhões de pessoas não têm acesso à água limpa, e 2,5 bilhões vivem sem saneamento adequado.

A Organização das Nações Unidas (ONU) deve estabelecer novos objetivos de desenvolvimento sustentável em 2015, com uma meta global de erradicação da pobreza extrema até 2030.

“Se é para cumprir a meta de erradicar a pobreza extrema até 2030, será essencial investir em água e saneamento”, de acordo com Frost.

“A menos que haja acesso universal a (estes) serviços básicos, a pobreza extrema não pode ser erradicada.”

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