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Salafistas exigem aplicação da lei islâmica no Egito

Na praça Tahrir, que teve o trânsito fechado, milhares de pessoas se reuniram convocadas pelas salafistas como Al Gama'a al Islamiya

Salafistas protestam pela lei muçulmana no Egito: entre bandeiras pretas e brancas com a frase "Não há Deus senão Alá" e cartazes que pediam "A sharia em nossa Constituição" (REUTERS)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 14h15.

Cairo - Os grupos salafistas fizeram nesta sexta-feira uma demonstração de força no Cairo para exigir a aplicação da "sharia" (lei islâmica) no Egito , diante da iminente votação da minuta constitucional por parte da assembleia encarregada de escrevê-la.

Na praça Tahrir, que teve o trânsito fechado, milhares de pessoas se reuniram convocadas pelas salafistas como Al Gama'a al Islamiya e seu partido Construção e Desenvolvimento e a Frente Salafista.

Os presentes - na maioria homens, mas também famílias inteiras - participaram da reza do meio-dia na praça, quando o ímã criticou os liberais e laicos e elogiou a "sharia".

"Não vamos nos calar até que seja aplicada a sharia, que é nosso sonho. Não querem a sharia, só fingem ser muçulmanos", disse o clérigo salafista no sermão.

O líder também se queixou de que para "os liberais e os laicos só importam seus interesses" e afirmou que "Deus disse aos muçulmanos, e não ao resto dos egípcios, que o Egito será para eles".

Entre bandeiras pretas e brancas com a frase "Não há Deus senão Alá" e cartazes que pediam "A sharia em nossa Constituição", de vários palcos erguidos na praça se exigia que a nova constituição estabeleça que a "sharia" seja a principal fonte do direito.


O artigo 2 da futura Constituição egípcia está no centro do debate, já que os grupos liberais querem que se mantenha como na Carta Magna anterior - que só fazia referência aos "princípios" da "sharia" -, enquanto alguns islamitas exigem que suas normas sejam aplicadas de modo mais rigoroso.

O engenheiro Mohammed Abdel Raheem, de 27 anos, declarou à Agência Efe em Tahrir que quer que "a lei islâmica seja aplicada no governo e em todos os aspectos da vida".

"Tudo que é feito por humanos tem erros, mas a religião é de nosso Deus, que sabe quem somos e daí necessitamos (dela) para controlar nossa vida", ressaltou.

Na multidão, predominavam homens vestidos com "galabeya" (túnica) branca e mulheres com "niqab" (véu que cobre todo o rosto exceto os olhos), vestimentas típicas dos islamitas mais conservadores.

A manifestação está sendo grande apesar de a Irmandade Muçulmana e o salafista Partido Al Nour, as principais forças políticas, decidirem não participar.

Prevê-se que a próxima semana os membros da Assembleia Constituinte submetam a votação da minuta constitucional e, se for aprovado, será levado a plebiscito popular.

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Na praça Tahrir, que teve o trânsito fechado, milhares de pessoas se reuniram convocadas pelas salafistas como Al Gama'a al Islamiya e seu partido Construção e Desenvolvimento e a Frente Salafista.

Os presentes - na maioria homens, mas também famílias inteiras - participaram da reza do meio-dia na praça, quando o ímã criticou os liberais e laicos e elogiou a "sharia".

"Não vamos nos calar até que seja aplicada a sharia, que é nosso sonho. Não querem a sharia, só fingem ser muçulmanos", disse o clérigo salafista no sermão.

O líder também se queixou de que para "os liberais e os laicos só importam seus interesses" e afirmou que "Deus disse aos muçulmanos, e não ao resto dos egípcios, que o Egito será para eles".

Entre bandeiras pretas e brancas com a frase "Não há Deus senão Alá" e cartazes que pediam "A sharia em nossa Constituição", de vários palcos erguidos na praça se exigia que a nova constituição estabeleça que a "sharia" seja a principal fonte do direito.


O artigo 2 da futura Constituição egípcia está no centro do debate, já que os grupos liberais querem que se mantenha como na Carta Magna anterior - que só fazia referência aos "princípios" da "sharia" -, enquanto alguns islamitas exigem que suas normas sejam aplicadas de modo mais rigoroso.

O engenheiro Mohammed Abdel Raheem, de 27 anos, declarou à Agência Efe em Tahrir que quer que "a lei islâmica seja aplicada no governo e em todos os aspectos da vida".

"Tudo que é feito por humanos tem erros, mas a religião é de nosso Deus, que sabe quem somos e daí necessitamos (dela) para controlar nossa vida", ressaltou.

Na multidão, predominavam homens vestidos com "galabeya" (túnica) branca e mulheres com "niqab" (véu que cobre todo o rosto exceto os olhos), vestimentas típicas dos islamitas mais conservadores.

A manifestação está sendo grande apesar de a Irmandade Muçulmana e o salafista Partido Al Nour, as principais forças políticas, decidirem não participar.

Prevê-se que a próxima semana os membros da Assembleia Constituinte submetam a votação da minuta constitucional e, se for aprovado, será levado a plebiscito popular.

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