Russos protestam contra lei que proíbe adoção por americanos
Lei que proíbe americanos de adotar crianças russas foi aprovada em reação à decisão dos EUA de sancionar russos responsáveis por graves violações aos direitos humanos
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2013 às 14h23.
Moscou - Quando mais parecia congelado o ânimo da oposição ao presidente Vladimir Putin, o Kremlin deu um novo motivo para que voltassem a sair às ruas, como fizeram neste domingo milhares de cidadãos que protestaram contra a lei que proíbe cidadãos dos Estados Unidos de adotar crianças na Rússia .
A lei é criticada pela maioria dos intelectuais, jornalistas e colunistas, organizações sociais e outros representantes ativos da sociedade civil russa, e foi aprovada em represália pela decisão de Washington de sancionar funcionários governamentais russos responsáveis por graves violações aos direitos humanos.
A temperatura de 11 graus abaixo de zero em Moscou não impediu o protesto, que também aconteceu no centro de São Petersburgo.
Na passeata que percorreu Moscou do Boulevard Strastnoy até a Avenida Sakharov, onde aconteceu um comício, houve 9.500 manifestantes, segundo a polícia. Já Sergei Udaltsov, um dos líderes da oposição não parlamentar que convocou o protesto, disse que hvia 30 mil presentes, e para a maioria dos analistas, compareceram 15 mil manifestantes.
O habitual 'mistério' sobre o número real de pessoas que participam dos protestos contra o Kremlin em Moscou pode ser resolvido graças a uma ideia de alguns ativistas, que disseram à agência 'Interfax' não pertencer à organização da passeata de hoje.
Ficando ao lado dos detectores de metais pelos quais todos os manifestantes têm que passar, os ativistas se valem de um aparelho eletrônico acionado por um botão que contabilizou todas as pessoas que se somaram à manifestação.
Na capital russa, a maioria dos manifestantes levou cartazes contra a denominada Lei de Dima Yakovlev, um bebê russo adotado por uma família americana que morreu asfixiado em um carro onde foi esquecido por seu pai adotivo, episódio que serviu de pretexto para levar a norma adiante.
Muitos levaram fotos dos deputados que votaram a favor do que os manifestantes, em oposição aos legisladores, chamaram como Lei dos Órfãos.
Outras duas mil pessoas, segundo a oposição, participaram de um comício em São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia.
'Entramos novamente nos tempos da inquisição. Só falta agora queimar pessoas. Vivemos em uma época de má vontade de nosso governo para com seu próprio povo', lamentou o diretor de cinema Eldad Riazanov, um dos cineastas mais queridos por todos os russos.
Dias antes da manifestação, outras duas estrelas do cinema soviético, Lia Akhidzhakova e Oleg Basilashvili, se solidarizaram com o protesto.
'Se aguentamos isso, se não vamos ao comício, então somos escravos', afirmou Akhidzhakova.
O cineasta Vladimir Mirzoyev classificou a norma, por sua vez, como 'a lei de Herodes, a lei dos miseráveis', e disse que se os russos não protestarem, 'responderão por essas crianças inocentes, que não podem levantar a voz para se defender'.
Esta lei, que gerou discussões inclusive dentro do governo, foi promulgada pelo presidente russo, Vladimir Putin, e entrou em vigor no dia 1º de janeiro.
A proibição das adoções foi a resposta russa a uma lei americana aprovada recentemente que impõe sanções, como negação de vistos e congelamento de ativos, a funcionários russos supostamente envolvidos na morte do advogado russo Sergei Magnitski na prisão, em 2009. EFE
Moscou - Quando mais parecia congelado o ânimo da oposição ao presidente Vladimir Putin, o Kremlin deu um novo motivo para que voltassem a sair às ruas, como fizeram neste domingo milhares de cidadãos que protestaram contra a lei que proíbe cidadãos dos Estados Unidos de adotar crianças na Rússia .
A lei é criticada pela maioria dos intelectuais, jornalistas e colunistas, organizações sociais e outros representantes ativos da sociedade civil russa, e foi aprovada em represália pela decisão de Washington de sancionar funcionários governamentais russos responsáveis por graves violações aos direitos humanos.
A temperatura de 11 graus abaixo de zero em Moscou não impediu o protesto, que também aconteceu no centro de São Petersburgo.
Na passeata que percorreu Moscou do Boulevard Strastnoy até a Avenida Sakharov, onde aconteceu um comício, houve 9.500 manifestantes, segundo a polícia. Já Sergei Udaltsov, um dos líderes da oposição não parlamentar que convocou o protesto, disse que hvia 30 mil presentes, e para a maioria dos analistas, compareceram 15 mil manifestantes.
O habitual 'mistério' sobre o número real de pessoas que participam dos protestos contra o Kremlin em Moscou pode ser resolvido graças a uma ideia de alguns ativistas, que disseram à agência 'Interfax' não pertencer à organização da passeata de hoje.
Ficando ao lado dos detectores de metais pelos quais todos os manifestantes têm que passar, os ativistas se valem de um aparelho eletrônico acionado por um botão que contabilizou todas as pessoas que se somaram à manifestação.
Na capital russa, a maioria dos manifestantes levou cartazes contra a denominada Lei de Dima Yakovlev, um bebê russo adotado por uma família americana que morreu asfixiado em um carro onde foi esquecido por seu pai adotivo, episódio que serviu de pretexto para levar a norma adiante.
Muitos levaram fotos dos deputados que votaram a favor do que os manifestantes, em oposição aos legisladores, chamaram como Lei dos Órfãos.
Outras duas mil pessoas, segundo a oposição, participaram de um comício em São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia.
'Entramos novamente nos tempos da inquisição. Só falta agora queimar pessoas. Vivemos em uma época de má vontade de nosso governo para com seu próprio povo', lamentou o diretor de cinema Eldad Riazanov, um dos cineastas mais queridos por todos os russos.
Dias antes da manifestação, outras duas estrelas do cinema soviético, Lia Akhidzhakova e Oleg Basilashvili, se solidarizaram com o protesto.
'Se aguentamos isso, se não vamos ao comício, então somos escravos', afirmou Akhidzhakova.
O cineasta Vladimir Mirzoyev classificou a norma, por sua vez, como 'a lei de Herodes, a lei dos miseráveis', e disse que se os russos não protestarem, 'responderão por essas crianças inocentes, que não podem levantar a voz para se defender'.
Esta lei, que gerou discussões inclusive dentro do governo, foi promulgada pelo presidente russo, Vladimir Putin, e entrou em vigor no dia 1º de janeiro.
A proibição das adoções foi a resposta russa a uma lei americana aprovada recentemente que impõe sanções, como negação de vistos e congelamento de ativos, a funcionários russos supostamente envolvidos na morte do advogado russo Sergei Magnitski na prisão, em 2009. EFE